É claro que quando se fala em Sicília, a primeira coisa que vem a cabeça, é máfia. Que vem associada a tensão, e fique longe daqui. Então. Não cheguei a estudar se hoje ainda exista essa questão de máfia, e algo parecido com a mitologia que conhecemos. Mas, pra turistas, a Sicília é tão igual na questão de segurança, quanto qualquer outro canto da Itália. Pequenas cidades absolutamente seguras, e Palermo, como qualquer outra cidade grande, requer cuidados. Portanto, deixemos a máfia siciliana pra trás, e vamos a essa maravilhosa ilha!

    O fato é que, a Sicília é uma ilha enorme, grande mesmo, e tem atrações maravilhosas. E variadas. Natureza exorbitante, praias lindíssimas, história, monumentos, fortíssima arqueologia, gastronomia simples mais deliciosa e peculiar, e sim, certa facilidade de operar como turista. Vou arriscar, como descendente quase exclusivo de italiano, e já bom conhecer desse país, que, sim, a Sicília é visita obrigatória na Itália.

    A ilha é uma região autônoma dentro da Itália, tem cerca de 25 mil km2, o que é bem grande, e pouco mais de 5 milhões de habitantes. Tem um vulcão ativo, o Etna, e é a principal ilha do Mediterrâneo. A diversidade de culturas é uma riqueza da ilha, já que a posição estratégica sempre foi disputada pelas múltiplas civilizações da região.

    Sicília, a Ilha como Ela é. O Básico.

    Para conhecer a Sicília adequadamente, você precisa estudar a ilha minimamente. Mesmo assim vai cometer erros. O material não é farto, sobre o turismo na ilha, então pesqiuse bem. Eu mesmo entrei em algumas frias (caras) por dicas furadas. A primeira delas é: Entenda as cidades e suas atrações, e tente esquecer o lógico, que é conhecer a capital. Palermo é osso, e não tem nada que valha a pena realmente. Se quiser ir, 2 noites sobram.

    Pesquise as pequenas e lindas cidades. E elas são diferentes, mesmo. Vou falar das imperdíveis, na ordem: Taormina é a princesa. A mais linda, impecável, de tirar o fôlego e a mais agradável da ilha. Savoca, a cidade do Poderoso Chefão, vem de brinde, fica ao lado. Siracusa, peculiar, histórica, interessante demais. Imperdível. Agrigento foi escolhida pela histórica. Templos gregos tão perfeitos quanto os de Atenas estao pela cidade toda, que tem seu próprio vale dos Templos. Catânia nos serviu somente de aeroporto de chegada, é uma antiga e grande cidade portuária. Não visitamos. Trapani, Lípara, Ragusa e Noto parecem muito interessantes, mas também não fomos.

    Como comentei, a ilha é grande, e a menos que você fique uns 20 dias por lá, vai ter que fazer escolhas! Ou, o que eu já não aprecio mais, passar um dia em cada cidade, em uma corrida maluca. Se entrar via continente, provável que passe por Messina, a porta de ligação com o continente. De qualquer maneira, são muitas cidades com peculiaridades que vão exigir que você estude elas pra saber o que prefere ver.

    Objetivando, o que eu fiz, e o que deveria ter feito. O que fiz: 3 noites em Taormina, 2 em Siracusa, 2 em Agrigento, 3 em Palermo. O que eu faria hoje: Manteria as 3 de Taormina, aumentaria Siracusa para 3 noites e com isso visitaria Noto no bate e volta, manteria as 2 em Agrigento e Palermo só deixaria se usasse o aeroporto pra chegada ou saída. O mesmo pra Catânia. Uma noite ou duas na cidade grande de entrada. Acrescentaria Ragusa na conta.

    Então, quanto tempo ficar? No nosso roteiro, foram 10 noites, tur tranquilo, mas bem preenchido. Pra conhecer a ilha toda, 20 dias. Mas não creio que valha a pena uma viagem especial só pra Sicília, falando para brasileiros. Então manteria uns 9 ou 10 dias nesse roteiro de melhores cidades, e caso se tenha menos tempo, concentre-se em Taormina e Siracusa.

    Quando visitar a ilha. Sendo uma ilha meditarrânea, nem preciso dizer que tudo está no litorial. Todas as cidades que falamos são costeiras. Portanto, praia. Água linda, visuais de arrebentar. Pela lógica, opte por uma temporada mais quente, pra aproveitar isso tudo. Fomos bem no início de junho, e a água estava fria. Mar, nos primeiros dias, foi com neoprene leve. Tinha valentão no pêlo, mas não era agradável não. O sol é fortíssimo, protetor solar é fundamental.

    As distâncias não são tão grandes, as estradas são ótimas, o visual excelente, e você precisa de um carro. Não tem como viajar na Sicília sem locar um carro. Usamos a rentacar e foi tudo ótimo. Só segui uma dica furada de uma blogueira tonta e deixei pra fazer o seguro lá, na agência. Me custou mais caro que a locação. Faça tudo on line. Vou te contar, dica específica, e ao contrário. De 10o a 200 km são as distâncias entre as cidades. Se for a Palermo, vá de trem. Agrigento Palermo custou 9 euros por pessoa. De graça. Não dá pra andar de carro em Palermo e ser feliz ao mesmo tempo. Escolha uma alternativa.

    Quanto a compras e preços, muita calma. A Sicília não é rica. Muito pelo contrário. É bastante simples. Então esqueça de fazer aquelas compras de marcas internacionais pelas cidades sicilianas. Não vai rolar. No caminho entre Siracusa e Agrigento, tem um super outlet. é só googlar e ele estará lá. É gigantesco, e tem todas as marcas. Os preços? De tudo. Coisas vantajosas, outras não. Mas não é aquela barbada de Miami não. Compramos coisas bacanas a bom preço, sim. De graça, não.

    Não espere barbada na hotelaria siciliana. Nessa trip, faziam companhia a Sicília as outras ilhas da Sardenha e Córsega. Pensei qua a Sicília seria a barbada da hospedagem. Ledo engano, foi onde mais gastei em custo/noite de hospedagem. Mas sim, foram ótimos hotéis, valem o custo. A única vantagem é que como você certamente estará de carro, as distâncias não são tão relevantes nessa escolha.

    Além das paisagens deslumbrantes, da arqueologia, paculiaridades, riqueza cultural, cores e perfumes, praias, da mitologia e história, a Sicília tem outro ponto absolutamente relevante: A gastronomia! Nada hiper sofisticado, pratos rebuscados servidos no requinte total. Não. Falo de sabores. De cores, de comidas particulares da ilha. Não da Itália. Da ilha. Afinal, eles são sicilianos…

    Sempre tive, desde a infância, uma loucura por pistache. E lá, tem festa de pistache. No doce, no lanche, no molho, qualquer coisa, pode ter pistache. Prato acima? Molho de pistache! Refeição do hotel, que era um semi resort, com um vista maluca pro vale dos templos, em Agrigento.

    O que você precisa provar na ilha: Arancini, bola de risoto frito co recheio de bolonhesa. Nossa coxinha.  Cannoli, feito de uma massa em cone com recheio de ricota doce. Pan com panelle, típico de Palermo, é um pão com massa frita de grão de bico. Pesto alla trapanese, uma variação do pesto tradicional. O brioche com sorvete, e claro, a pizza e o expresso! E um sanduichão maluco chamado muffuletta. Os doces são um caso a parte. Além dos já citados, nas cafeterias você acha uma infinidade de coisas com os nomes mais criativos e recheios variados. Pistachielle, por exemplo. Prove a varrer, depois se acerte com sua nutricionista na volta!

    Imagens: Salvo mapa da Sicília googlado, demais fotos Arquivo Pessoal.
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    Palermo, Sicília

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    Palermo, a capital da gigante ilha italiana, certamente é a cidade mais conhecida da Sicília, mas diria que é uma referência bem errada para turismo nessa particular ilha. Vou explicando, logo adiante, mas já tenha a certeza que não uma cidade assim, que super indico pra conhecer como objetivo real.

    A cidade tem mais de 700 mil habitantes, embora rodando por lá dê a sensação de ser até maior que isso. É a quinta maior cidade da Itália, o que não pouca coisa.  Alguns pontos da cidade, com as fotos acima e abaixo, até dão a impressão de uma cidade assim, que se espera de um importante polo europeu. Mas, eles são raros. Bem raros.

    Quase toda a cidade é bem zoada, feia, mal cuidada, edificações super decadentes e suja para o padrão europeu, enfim. A arquitetura se repete bastante, e a foto abaixo ilustra bastante a cidade como ela é. Quase tudo dessa cor, quase tudo mal pintado, meio desbotado e mal cuidado.

    Alguns grandes edifícios salvam o passeio da cidade com menos oportunidade de fotografar que se espera de uma grande cidade italiana. Isso, pra uma cidade (e grande), italiana, realmente é quase inacreditável. É, mas acredite. Apesar de toda a influência secular de fenícios, sículos (os habitantes originais), gregos e romanos, não é aquela cidade que termina com a bateria dos equipamentos fotográficos.

    Quando se fala em Sicília, é bem útil ter carro. Quase obrigatório. Mas em Palermo, esqueça. Esqueça, mesmo. O trânsito não é terrível. Ultrapassa isso. É simplesmente bizarro. As pessoas são loucas, descuidadas, beirando a irresponsabilidade. Se for a Palermo, entregue o carro anets e vá de trem. Até porque, o trem na Sicília é quase de graça, preço de cafezinho.

    Uma das coisas que mais me chamou atenção em Palermo, foi a quantidade de turistas. Tudo o que não se viu no restante da Sicília, de turista internacional, se viu em Palermo. Nas excelentes pequenas cidades Sicilianas, praticamente só se via turista interno. Já em Palermo, um mar de turistas internacionais. Certamente desavisados como nós, perdendo nosso tempo por ali.

    Um dos lugares que acabamos não indo, foi a praia perferida da turma de Palermo, Mondello. Uma das linhas do bus turístico leva até lá. By the way, o bus turístico hop on op off certamente é a melhor maneira de rodar pela cidade. São três linhas, vale a pena. Demoradas, porque tudo é longe e ao trânsito… Bom, já falei do trânsito.

    No final de semana é até agradável caminhar pelo centro, pegamos várias ruas fechadas e bem moviementadas, não sei se por algum evento específico, ou se é todo findi assim. Alguns parques também são agradáveis, mas com tudo o que a Sicília tem para oferecer, melhor focar em outras cidades e passar voando pela capital.

    Pois bem, quanto tempo ficar na cidade? Ficamos 3 noites, e sobrou tempo pra caramba. Apesar de confessar que a cidade me desiludiu de largada e a contade de correr mundo por lá diminuiu bastante. Deu uma dor no coração lembrar que Taormina poderia ter ganho um tempo extra, ter entrado em Catânia, o passeio de Noto que ficou de fora, enfim. Se não fosse na Sicília que tem tanta coisa, daria pra dedicar mais tempo na idade. Mas imaginando que dificilmente alguém passa 20 dias só na Sicília, e que ela acaba levando uma parte de uma viagem que ou compreende o sul da Itália no continente, ou como nós, subindo Sardenha e Córsega, diria que duas noites ali é até exagero.

    Bem, os pontos tidos como imperdíveis na cidade, são: Palácio Real e a Capela Palatina,  mercado de Ballarò, a Catedral, os Quattro Canti e o Teatro Massimo. Claro que existem prédios monumentais pela cidade, mas a grande maioria bastante decadende, com aquela cor de sempre e o aspecto de abandono.

    Aproveite Palermo pra comer bem, se hospede em uma boa localização, porque a parte central é bacana de caminhar sem pressa, e é bem grandinha, e se prepare pra uma overdose de prédios mal cuidados e decadentes. Vá esperando, pra não levar o choque lá, como nós, e desanimar na chegada!

    Claro que uam cidade italiana, por mais atravessada que seja, e Palermo é, tem que ter algo de bom. E é a gastronomia. Bom, Itália né… Mas não. Não é porque é Itália. Até porque, ouvi em mais de um lugar (isso foi mais no interior mesmo), que eles são sicilianos, não italianos. Então não espere tudo exatamente igual. As influências na Sicília são bem diferentes.

    Que tal esse brioche e gelato de sobremesa? Falamos no post geral da Sicília das outras especiarias dessa ilha, mas não custa reforçar o que você não pode deixar de comer em Palermo: O Cannolo, de vários tipos, a Cassata, a Pasta di Mandorla, a Granita, e pros viciados em pische como eu, vários doces e molhos com a especiaria.

    Assim como no restante da Sicília, a arte em objetos em Palermo é muito sedutora. Não é tão fácil de encontrar lojas bacanas, como nas cidades pequenas que concentram tudo no centrinho, mas elas estão por lá, exibindo peças e mais peças quevocê precisa levar junto com você!

    Imagens: Arquivo Pessoal

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