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    Faltou tempo em Sintra! Menosprezada antes de conhecer, a pequena cidade de Sintra foi um das mais agradáveis surpresas no meu roteiro turístico por Portugal. É um pequena cidade muito característica e com belíssimos castelos. Caminhar pelas ruas estreitas e tranquilas de Sintra transmite uma paz impagável em uma viagem de turismo corrida. O número de palácios impressiona, são eles: Palácio Nacional da Pena, Palácio Nacional de Sintra, Quinta da Regaleira, Palácio de Seteais, Palácio de Monserrate, Palácio Real de Queluz (foto esq.) , e ainda o Convento dos Capuchos e o Castelo dos Mouros. Apesar de pequena, Sintra merece um dia de visita, chegando bem cedo. Vale a pena.

    Entre tantos castelos e palácios em tão pouca área, os que realmente valem a pena visitar internamente e dispensar um bom tempo são o da Pena e a Quinta da Regaleira. Os demais uma visita externa está de bom tamanho, embora caminhar pelas muralhas do Castelo dos Mouros deva oferecer uma vista fantástica (não consegui visitar este, faltou tempo!)

    O Palácio da Pena (fotos acima e a esq.) é uma representação do Romantismo arquitetônico do século XIX, é considerado uma das 7 maravilhas de Portugal e realmente o faz por merecer. É importante verificar os horários de visitação, e para chegar no palácio é necessário tomar uma espécie de bondinho, pois ele fica no Parque da Pena que proporciona belos passeios pelos seus jardins amplos com inúmeras construções. É uma visita para pelo menos 2 horas.

    O Castelo dos Mouros fica isolado num dos cumes da serra de Sintra, edificado sobre um maciço rochoso e cercado por belas muralhas. A vista do castelo medieval é muito ampla e ainda guarda a lenda de Melides, em que Nossa Senhora teria aparecido aos templários que rumavam ao castelo para derrotar os mouros. Com lenda ou sem lenda, os critãos acabaram derrotando os mouros e conquistando o castelo.

    Seguindo a maratona de Palácios de Sintra, destacam-se ainda o Palácio Nacional (ou Palácio da Vila) (foto acima) e o Palácio de Monserrate (foto dir.). O Palácio Nacional foi um dos palácios reais e hoje pertence ao estado, sendo utilizado para fins turísticos e culturais. E o faz com maestria, em 2008 foi o palácio mais visitado de Portugal. Assim como o Palácio da Pena, Monserrate é um exemplar do romantismo português, foi construído por um Visconde e adquirido pelo governo em 49. É claro que uma visita a Sintra não deve se limitar a entrar e sair dos belos palácios que esta pequena cidade oferece. O lugar transmite tanta tranquilidade que ficar jogado pela cidade, caminhando ao vento (mais frio que Lisboa) e provando doces e especialidades do comércio local é um excelente programa! Como sempre em viagens (assim como tudo mais na vida), o equilíbrio costuma ser a melhor opção.

    Mas entre todas essas maravilhosas edificações, o que apresenta a história mais interessante e contempla uma visita guiada recheada de histórias e informações apaixonantes é a Quinta da Regaleira. O Palácio da Regaleira em si é um dos componentes de uma propriedade de 4 hectares recheados de jardins, lagos, grutas, e diversas estátuas e construções enigmáticas que ocultam significados ligados a alquimia, a Maçonaria, aos Templários e a Rosa Cruz. Contratado o passeio guiado pela Quinta, o guia segue um determinado roteiro que simularia um suposto ritual de iniciação Maçom. Esse passeio é realmente muito interessante, e foi um dos pontos mais altos do turismo em Portugal. A foto a esquerda mostra o Patamar, formado por 9 estátuas dos deuses greco-romanos. Uma das obras mais interessantes é o Poço Iniciático, constituído por 9 patamares fazendo referência a Divina Comédia, de dante. No fundo do poço se pode ver a Rosa dos Ventos, e acrdita-se que o poço era usado para rituais de iniciação na Maçonaria. O poço é ligado por túneis que também fariam parte do ritual de iniciação, passando por pequenos lagos através dos quais se pode passar em um caminho de pedras isoladas. A Regaleira ainda reserva uma belíssima Capela da Santíssima Trindade e uma Torre que daria a quem sobe a impressão de estar no eixo do mundo. Não há dúvida que a visita guiada da Regaleira é programa obrigatório para quem aprecia a uma boa dose de mistério e fotografias excelentes. Assim deixamos Sintra, a pequena notável que surpreende pela quantidade, qualidade e importância de suas edificações. Levamos de Sintra também uma belíssima gripe, que iria nos acompanhar por quase todo o restante da viagem… Mas esse é um pequeno detalhe que não deveria ser tão importante, desde que todos lembrem que na Europa é muito difícil comprar remédios, principalmente antibióticos…

    Saindo de Sintra, uma passada com direito a jantar “à brasileira” em Cascais é uma boa pedida, mesmo no inverno vale a pena conhecer essa pequena vila portuguesa que hoje é um dos destinos mais apreciados por portugueses e estrangeiros. Cascais tem várias fortificações, mas bonito mesmo é dar uma espiada na Boca do Inferno, ao som das potentes ondas confrontando o rochedo.

    Próxima parada: Milão, a capital mundial da moda, charmosa e gelada!

    Lisboa, de boa!

    7 comments
    Chegando…
    Turismo quase em casa! Foi assim que passei por Lisboa! A conexão era em Malpensa, Milão, aeroporto bem grandinho e com respostas em italiano, mesmo as perguntas sendo em inglês. Conexões cansativas, muitas horas… TAM, Alitália, Portugália e finalmente, após quase 20 horas, Lisboa! Evidentemente que foi um rolo para encontrar as bagagens, deram como perdidas, preenchi a papelada toda, entreguei as chaves dos cadeados, e quando estava saindo achei elas, na porta do banheiro (o aeroporto de Lisboa é quase uma rodoviária, bem pequeno mesmo). Levei as malas, mas saí tão p. da vida que deixei as chaves dos cadeados. O divertido é que quando eu estava pronto para estourar os cadeados, minha irmã abriu a mochila, que estava com 6 cadeados, mas o compartimento principal ainda dava para abrir. Great!

    O tom da cidade…

    Turismo leve, convivendo no dia a dia português. Assim foi minha semana em Lisboa! Exatos 30 minutos após chegar na casa da minha irmã, saimos caminhar com alguns amigos brasileiros e um portuga para o Parque Eduardo VII, no norte da lindíssima Avenida Liberdade (foto). Descemos até o centrão (foto abaixo), quase no porto. Tomamos um café (em Lisboa não se vai tomar um chopp, se vai tomar um café!). Na noite janta com brasileiros, alguns casados com portugas trazendo algumas perspectivas bastante interessantes sobre Portugal. Um ponto que me chamou atenção durante os 7 dias em Portugal foi a nostalgia. Muito forte mesmo nas faculdades, a sensação de ter sido uma super potência dos descobrimentos e agora ter que engolir boa parte da europa desconsiderar Portugal como parte do bloco, recebendo ajuda financeira da comunidade e sendo um dos pobres entre ricos certamente abala o povo português. Nas ruas é bem perceptível que os “colonizados” vieram cobrar a conta. Ouvi até de um médico português a seguinte frase:”Fomos lá e pegamos a riqueza deles, agora eles estão aqui para buscar a parte deles. estão no direito.” Os dois primeiros dias foram de jantas, nivers, cafés, de mistura com portugueses e entendendo a cultura local.

    Começando o turismo…

    Na zona Oriental de Lisboa, o Parque das Nações (Expo, como é chamado por lá) foi palco de uma grande exposição internacional em 98 com o tema Oceanos. É um lugar impressionante, destoando da velha Lisboa, exala modernidade. Tudo é novo, grande, espaçoso, com uma arquitetura diferenciada e com grande movimento. Shopping, Cassino, e o poderoso Oceanário (foto) de Lisboa, segundo maior do mundo. Tudo imperdível. O prédio do oceanário já manda o recado: não deixe de entrar! O parque todo é muito legal de caminhar, tudo muito bem cuidado e em crescimento. O Centro Comercial Vasco da Gama oferece muitas lojas e restaurantes, com toda pinta moderna de um grande shopping.

    A velha Lisboa que eu esperava começou a se mostrar nas caminhadas pelo bairro Alto, Chiado e Baixa. Alfama (foto) também é muito agradável de se caminhar, é um dos bairros mais típicos que acolhe a maioria das casas de Fado. Ruas estreitas, casas caindo aos pedaços, com aquela arquitetura que conhecemos tão bem, velhos portugas pela rua e os bondes, nostálgicos bondes para todo lado. São lugares para caminhar sem pressa e sem objetivos. Curtir o visual e o clima, tirar fotos, e usar muita imaginação para se deixar levar a outros tempos… É imperativo comer um bacalhau numa Tasca, pequeno restaurante que normalmente fica na região central e tem toda aquela cara antiga, com as tradicionais cerâmicas e um clima de outros tempos… É muito bom caminhar pelo Chiado e Alto, é possível sentir a história que todo aquele lugar viveu, e ainda se vê muito as figuras que ajudam ainda mais a nossa mente recriar essa história tão influente em nossa vida. Para nós brasileiros é indispensável tomar um café no A brazileira (foto), um belíssimo café, super tradicional que tem na frente uma estátua de Fernando Pessoa. No interior do café existe uma mini-banca de jornais, quando fui fotografar a pitoresca banca, a senhora que lá vendia seus jornais se escondeu da foto com tal ímpeto que devia acreditar que minha máquina ia levar a alma dela embora! Cena muito divertida, saí rindo sozinho depois de provar o excelente café a brazileira.


    Um dos poucos momentos que me senti incomodado em Lisboa foi quando fui até a Praça do Comércio (ou Terreiro do Paço), que fica na Baixa Pombalina.Vale lembrar que a Baixa foi destruída por um terremoto em 1755, reconstruída já com certo planejamento. A Praça foi, lá nos tempos dourados de Lisboa, a principal entrada marítima da cidade. Eu fiquei imaginando quantos barcos aqui aportaram trazendo riquezas extraídas do nosso país. Nos acessos, uma rua chamada Rua do Ouro. Confesso que me doeu ler aquela placa. Uma certa revolta toma conta do pensamento. Apesar desse sentimento de “foi por aqui que nos roubaram”, é uma linda praça, imponente e que forma realmente um perfeito encontro da cidade com o mar.

    O Castelo de São Jorge (ou Castelo dos Mouros) fica no ponto mais alto do centro histórico, e oferece uma belíssima vista da cidade. É um lugar bem agradável e vale a pena reservar algumas horas para circular nas suas muralhas. O melhor mesmo é a vista que ele oferece. No caminho para o Castelo está a Catedral da Sé, uma mistura de estilos, com interior escuro e uma bela fachada no estilo românico.


    O bairro da cidade que mais representa a época dos descobrimentos é Belem, que é junto ao Tejo e tem algumas das mais belas edificações de Lisboa. O Mosteiro dos Jeronimos (foto acima) é um edifício muito impressionante. Gigantesco, encanta em todos os detalhes. Até as portas são magníficas obras de arte. A Torre de Belem (foto esq.) é uma edificação belíssima, reflete influências islamicas e orientais, tinha funções de defesa e fica numa área bem aberta, um convite para caminhar e se jogar pelos gramados que a cercam. Outra belíssima edificação, essa porém já moderna, é o Centro Cultural Belem (foto dir.). Concebido originalmente para acolher a presidência portuguesa da comunidade européia, hoje é voltada para a cultura. Lá se ve muita gente lendo, estudando, em cafés em um amplo e moderno espaço. Tem manifestações de arte diversas e até um museu de desing. Não existe passar por Lisboa sem provar um Pastel de Belem! Especialidade da gastronomia tradicional portuguesa, os pastéis de nata são encontrados bem próximo do Mosteiro, é uma delícia imperdível acompanhada de um bom chocolate quente!

    Na noite de Lisboa…
    A noite de Lisboa é uma surpresa positiva. Sinceramente eu não esperava que tivesse tanta variedade e fosse tão bacana. Mas é. E minha estada em Lisboa foi recheada de programações, graças a turma enorme que me acolheu por lá. Além das diversas jantas na casa do pessoal, alguns lugares merecem ser comentados. Uma visita ao Cassino de Estoril (o maior da Europa), que fica a 18 Km de Lisboa, vale a muito a pena. É um ambiente muito bom. Fomos lá apenas tomar um café e conhecer, evidentemente. Jogo não é comigo. Mudando radicalmente de ambiente, fomos ao Chapitô (foto dir.), um restaurante que na verdade é um projeto cultural, fica junto ao castelo de São Jorge e tem uma vista maravilhosa. O ambiente é muito gostoso, cultural mesmo e de uma criatividade fantástica. É imperdível. Outra casa que não se pode deixar passar em branco, também criativo ao extremo é o Pavilhão Chinês (foto esq.). Tem uma fotografia impressionante, e totalmente voltado para proporcionar o local perfeito para bater aquele papo cabeça. Rodando pela cidade, passamos pelos bares do cais, são vários, um ao lado do outro. Um lugar mais turístico onde o público era bem mais estrangeiro do que portugês. Vale a pena conhecer, mas não dispensaria muito tempo lá. Um bairro para se perder várias vezes é o boêmio Bairro Alto (foto abaixo). Por lá passamos em uma casa de Fado, a música portuguesa cantada por uma só pessoa e acompanhada por uma viola. Ela relfete perfeitamente a nostalgia portuguesa, e particularmente, uma boa dose de tristeza e melancolia. Mas é um programa obrigatório tal como ouvir Tango em Buenos Aires. O Alto tem dezenas de bares, com música, animados, com entradas livres e alta circulação entre um e outro. Se leva uma noite toda só para passar rapidamente por todos eles. O pessoal circula pelas ruas até mesmo no forte do inverno, e tem vários estilos, para todos os gostos! A noite é bem forte nessa região, mas a esticadinha em uma grande casa noturna mais cosmopolita também vale a pena. Após o Alto é legal esticar até uma dessas casas, eu conheci a Lux, mas aconselho a ir em grupo, e de preferência com mulheres junto. Lá tudo começa muito tarde, 2 horas, e termina cedo, da manhã.

    Para finalizar…Piada de português!

    Juro que não inventei, isso me foi contado por uma mestranda portuguesa. Estavamos passando de carro por um monumento meio montado, então perguntei a razão do monumento estar metade no chão, e a resposta não podia ser mais surpreendentemente confirmadora. “Pois, desmontaram para limpar, mapearam, marcaram as peças, mas depois perderam o mapa.” No more coments! Peguei o bonde e me mandei pra Sintra, próximo artigo!

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