Mauruuru…

É assim que todo tahitiano te recebe, ou te cumprimenta, a qualquer momento do dia ou da noite. Bem humorado, falando baixinho e cantado de uma maneira toda diferente, e principalmente com aquela pinta de quem está de bem com a vida. Pudera. Viver naquele paraíso só pode mesmo deixar todo nativo feliz da vida. Triste é sair de lá, e isso nós já sabíamos assim que colocamos os pés na primeira ilha.

Logo na chegada ao espartano mas funcional aeroporto do Tahiti, a esperada recepção com música e cantorias típicas ao vivo, colar de flores (o de conchas é na saída de cada ilha), e uma comitiva de agentes de turismo recebendo seus hóspedes. Papeete é pequena, claro, mas das ilhas polinésias, é a maior e a única com um jeitão de cidade. Do aeroporto de Fa’a para a região dos hotéis não se passa pelo centro, então não é possível ter ideia da capital do Tahiti, muito menos sentir o clima da cidade. É noite, a viagem é bem longa, mas o cansaço não vence a sensação de ansiedade por ver aquele mar verde e seus bungalows. Mas não em Papeete. No hotel de Papeete não tem bungalow ainda, mas já estão em construção. Mas o mar, aquele, verde esmeralda, esse tem sim!

Rapidamente chegamos no Manava Suite, o primeiro da rede Pearl que elegemos. É novo, mas é um hotel de verdade, sabe? Porque quando você compra um pacote pra Polinésia, você não quer hotéis normais. O Manava é um hotel de passagem, porque você chega tarde, dorme, acorda cedo e voa para o paraíso de verdade. Mesmo assim, o Manava tem seus atrativos. A piscina com borda infinita quase se confunde com o mar e um pequeno deck traz a praia pra dentro do hotel, mas não tem areia ligada ao mar. Só na piscina. Mar mesmo, não rola de encarar, só na pequena baia, com seu coral e alguns peixes. O café americano é de sair pesado, como em toda a rede, e o tempo assustava um pouco. Emburrado, nublado, chegou a pingar, mas depois abriu. Ainda não tinha acostumado com a idéia de que todo dia chove um pouco.

Já era sabido que compras na Polinésia não são um bom negócio, salvo pérolas negras e algumas lembranças típicas, além dos licores e tal. Papeete é a melhor alternativa pra tudo isso. Como os pacotes são todos parecidos, todos dormem a primeira noite em Papeete, mas no último suspiro do pacote, na volta, tem um day use por ali. Esse é o momento das compras, para não carregar tudo pelas ilhas, até porque, a limitação de 20 Kg por pessoa é justamente nos aviões entre as ilhas. Na volta, pode abusar do peso. Não saber como é o comércio em Papeete fez falta na nossa odisseia ao paraíso. É difícil de saber, através de pesquisas, como funciona essa parte da viagem. Então, pra quem ainda não foi, aqui vão as dicas!

O centro de Papeete é bem movimentado, as ruas são bonitas, e algumas até bem cuidadas. Mas logo do lado, você dá de cara com uma sujeira de centro de cidade grande. E lá é pequeno. Não fiz, e não creio que valha a pena sair correndo fazer turismo em Papeete. Comprar passeio e tal. O paraíso já foi visto a essa altura, então, em Papeete, meu conselho é focar nas pérolas e lembranças. As pérolas negras estão em toda parte, até em camelôs. E tem de todo preço, mesmo. 50 dólares fazem uma boa pérola negra, mas esse número chega fácil a 200 ou 300 euros. Cada uma. Depende da classe, forma, tamanho, defeitos… É tanto fator que o melhor é ir mesmo pela sensação. Procure as lojas que vendem a granel. Se você quer um colar, escolha a granel, e mande fazer. Em meia horinha está pronto seu colar, e pode sair muito em conta. Mesmo. Quando entra ouro na história, o preço sobe, claro. Não vamos esquecer que tudo lá é mais caro, fora as pérolas. Compre a granel, é a melhor compra. Tem as boas pra pingentes, pra colares, pra brincos, cada uma com sua característica. Uma loja super conhecida é a Tahiti Pearl Market. Achei cara. Boas compras saíram na Vaimiti Perles, bem pertinho do mercado público de Papeete.

Outras lembranças, no mercado público de Papeete. Lá tem tudo que você encontra nas ilhas todas, só que bem mais barato. Licores, especiarias, artesanatos, acessórios de praia típicos e pra turistas, e tudo a bom preço. Sim, ali é bom de comprar. É um lugar exótico, as bugigangas locais são obrigatórias! Podem deixar pra comprar tudo no mercado, sem medo de ser feliz. 3 horas são suficientes pra tudo isso. Mas fique esperto com o taxi ou transfer. Custam caro, muito caro. Até tentei usar o transporte público, seduzido pelo meu espírito mochileiro de araque, mas não deu. É confuso, bagunçado, e você sempre é um ET no meio fora da rota do turismo em Papeete. Mas problema de segurança? Não vi nenhum na viagem toda. Nem cheiro. Tem um pequeno shopping no centro, lá se pode comer o convencional, mas é caro de fazer compras. Não esqueça de levar algumas cédulas da moeda tahitiana de lembrança pra casa. São lindas demais.

Sempre me pedem dos custos básicos, dessa viagem, então, vamos lá: 1.000 francos polinésios valem em torno de 25 reais. Um bom jantar sai em torno de 10 ou 12 mil francos, sem vinhos, claro. Os passeios partem de 4 mil, mas na média custam 10 mil, e alguns saem completamente da curva, chegando a 30 ou 50 mil. Tem de tudo. Até helicóptero e submarino. Book fotográfico com programa romântico e tal. Escolha o seu. Pra quem gosta de ter uma ideia de valores, uma água pequena no hotel vai de 300 a 400 francos, e no mercado custa 100. Com 1.000 a 2.000 francos você compra os lanches necessários para não depender do bar do hotel pra tudo. Depender do hotel pra tudo é roubada. Comprar o pacote com meia pensão, e fazer um mercado na chegada de cada ilha, resolve a questão sem traumas. Todos fazem mercadinho. E todos que sabem como é, compram meia pensão. Lá no post de Bora Bora explico melhor.

Agora, voltando ao primeiro dia em Papeete, aquele ainda sem saber de quase nada, a sensação de finalmente chegar na Polinésia é ótima, mesmo sabendo que é uma parada transitória e obrigatória. O clima já é bem diferente, mas a expectativa pra chegar logo aos super resorts polinésios vai aumentando a cada minuto. E quando você pega o minúsculo avião de meia dúzia de passageiros, e 10 minutos de vôo que leva a Moorea, aí sim, você começa a sentir o cima do paraíso, de fato. Mas aí, já é outra história…

Imagens: Arquivo Pessoal, sem tratamento

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