No Artigo Anterior, passamos linhas gerais por Viena. Falamos da operação da cidade, e das características mais perceptíveis a curto prazo, dos vienenses. Agora, vamos direto ao ponto. Ponto turístico por ponto turístico. Como é uma capital importante, riquíssima em cultura e pontos de alto interesse, teremos mais de um artigo sobre o que fazer em Viena, e já que é uma capital super imponente, clássica, e chique, não poderia ser diferente: Vamos começar pelos palácios austríacos!

Os três principais que visitamos foram o central e gigantesco Palácio Imperial de Hofburg (foto acima, da fachada Michaelertrakt - Ala de Miguel), o impressionante Schonbrunn, e o lindíssimo Belvedere, da foto acima. Vamos começar pelo Hofburg, que fica logo ali no centro, e você acaba chegando nele mesmo sem querer. Originalmente o Hofburg era um castelo-fortaleza medieval, que foi continuamente ampliado até o século XX. Foi a residência oficial dos Habsburgo, a dinastia que por séculos reinou em inúmeros territórios, e foi uma das mais importantes e influentes famílias da história da Europa.

No inverno, a família ficava no Hofburg, e no verão, no Schonbrunn. No Hofburg são mais de 2.600 salas em 20 hectares em pleno centro de Viena, com inúmeras edificações que foram se completando e aumentado o palácio. Hoje o complexo abriga museus, a Biblioteca Nacional, o gabinete do presidente, e outros. Claro que esses "puxadinhos imperiais" tornam a visita ao palácio um pouco mais difícil do que a um palácio normal. É bom dar uma lida sobre ele antes, espiar o mapa geral do palácio pra ter ideia da sua dimensão e da forma como ele se espalha, sem um padrão arquitetônico único, por suas várias fachadas. Acima a fachada do Amalienburg, que foi construída para residência do imperador Rodolfo II, em estilo maneirista.

Ao redor dele também ficam diversas atrações, ruas de marcas famosas e inúmeros cafés e restaurantes. Por ali também se concentram muitas das charretes que levam os turistas pelo centro histórico, lojas de lembranças, o badalado Museu da Sissi que fica nas suas dependências e muitas outras visitas para fazer.

Algumas fachadas são mais simples, outras mais imponentes, mas realmente esse modelo mais espalhado tira um pouco da grandiosidade do Hofburg. A vantagem é que ele realmente fica bem no centro, e você acaba passando por lá várias vezes durante a estada em Viena. Acima vemos a Hofbibliothek ("Biblioteca da Corte"), que era originalmente um edifício independente situado no exterior do complexo, na atual Josephsplatz. Hoje é o Salão de Aparato da Biblioteca Nacional Austríaca.

Resultado da última ampliação (que inclusive não foi realizada por completo em relação ao previsto),  ala do Neue Burg (foto acima) que aloja, atualmente, numerosos museus como o Museu Ephesus, a Coleção de Armas e Armadas, a Coleção de Antigos Instrumentos Musicais e o Museu de Etnologia, assim como salas de leitura da Biblioteca Nacional Austríaca e o renomado Centro de Conferências Internacionais do Hofburg.

Além das muitas fachadas, o Hofburg tem praças, fontes e um grande parque junto com ele. Além de outras importantes atrações que vamos falar nos próximos posts. Então a visita ao gigantesco palácio de várias fachadas pode ser complementada com momentos de pausa em algum desses lugares, tranquilos, limpos e organizados, obviamente.

 

Todo o entorno do Hofburg é muito elegante, e cabe iniciar a exploração do palácio dando uma volta completa pelas suas fachadas, para entender melhor como ele funciona, como foi concebido e modificado em suas inúmeras intervenções. Depois, é entrar e se perder pelos seus ambientes e salas.

Então chegamos no Schonbrunn (foto abaixo), o mais famoso dos palácios austríacos. Dizem que é o Versalhes vienense, e estão parcialmente corretos. A fachada é incomparável, nota-se de cara. O Versalhes é muito superior. O Schonbrunn é até simplório na fachada. Mas só na fachada. Internamente, que infelizmente não se permite tirar fotos, ele briga palmo a palmo com o primo rico da França. Na hora de entrar, tem várias opções de ticket para visitar o palácio, não pegue a mais simples, e nem deixe de ver o jardim. São imperdíveis. Tem uns tickets que visitam até a cozinha, esses acho que não valem a pena.

O Schonbrunn é o mais distante dos três palácios, mesmo assim se chega lá com um simples metrô a partir do centro. Rápido e rasteiro. Espere alguma fila, mas não como naquela bagunça do Versalhes. O ticket já vem com a hora prevista pra você entrar. E embora tenha também a hora de saída, não se preocupe, ninguém vai conferir. São 4 horas lá dentro. Nós usamos cada minuto, mas porque almoçamos na Gloriette. É uma ótima dica, a propósito.

Logo na entrada é possível perceber a grandiosidade do palácio, esparramado em uma área gigantesca. Construído inicialmente entre 1638 e 1643, foi bastante danificado no cerco turco, e só foi reformado para a configuração atual, barroca, em 1743. Foi por anos a residência de verão da família imperial, tornando-se um centro cultural e político da dinastia Habsburgo.

A visita às inúmeras (mais de 40) lindíssimas salas e cômodos do palácio é impressionante. Muita coisa super conservada, móveis, objetos, papéis de parede, camas imperiais, enfim. A sala de festas não perde muito, se é que perde, para a famosa sala dos espelhos de Versalhes. Diria que a briga é feia, muito feia. Ou melhor dizendo: A briga é linda, lindíssima e brilhante!

Quando você entra no jardim atrás do palácio, logo tem a impressionante vista da fonte principal (foto acima e abaixo) e mais ao longe a imponente presença da Gloriette bem no alto. Para os dois lados segue o imenso jardim. De um lado, outra lindíssima fonte (segunda foto abaixo). De outro, um labirinto verde muito bem cuidado. De quebra, o jardim zoológico mais antigo do mundo está lá, dentro do Schonbrunn.

A fonte principal é rica em adornos, e fica localizada no mesmo patamar do palácio, aos pés da Gloriette. Mas é possível subir na parte superior da fonte, e de lá tirar lindas fotografias do Schonbrunn. A segunda foto que abre Viena, no post inicial, é dessa posição.

Acima a foto da fonte lateral, com a tradicional boca jorrando água. Não é tão adornada e simpática quanto a fonte principal, mas impressiona pelo tamanho e por um certo ar intimidador. Abaixo o caminho do palácio até a fonte, com a arborização típica do jardim.

Era na Gloriette que os ilustres moradores do palácio gostavam de passar o fim de tarde. Situado bem ao alto, oferece uma sensacional vista de boa parte da cidade. O restaurante fica ali dentro em ótimas instalações. Como pegamos chuva no dia da visita, foi ali que tivemos um refúgio agradável e bem servido. Não é caro, mas naquele dia particularmente estava bem lotado, provavelmente por causa da chuva que deixou a turistada toda ilhada por lá.

Na foto abaixo, a vista a partir da Gloriette, começando pelo espelho d'água, passando pelo palácio e capturando boa parte de Viena. Se o tripé faz parte dos equipamentos de viagem, não esqueça de levar ao Schonbrunn, principalmente se estiver em casal.

Dividido em duas partes, a superior e a inferior, o Belvedere (abaixo, vista frontal do Belvedere superior) é um palácio barraco inaugurado em 1716 (inferior) e 1723 (superior). O tratado de estado que formou a Áustria atual foi assinado aqui.

O Belvedere abriga um museu, mas não chegamos a entrar. O dia estava ensolarado e quente, e optamos por ficar do lado de fora, fazendo o que a maioria dos turistas fazia: Fotografar, e caminhar com calma pelos belos cenários.

O Belvedere não é tão famoso e comentado como seus primos anteriores, então acabou sendo uma grata surpresa na nossa visita. Entre a edificação superior e a inferior existe um lindo jardim bem adornado.

Ao lado do Belvedere fica o jardim Botânico, um lugar até bacana pra uma caminhada, mas que não vale a visita apenas para conhecer. Salvo, claro, pra turma da botânica.

Nós acabamos indo caminhando até lá, mas é longe do centro, o bom mesmo é ir de metrô a partir do centro. Não é um palácio de dimensões do Schonbrunn, mas tem área suficiente pra ser por si só uma boa caminhada. Pela beleza, mesmo não muito famoso, diria que é uma das visitas obrigatórias de Viena.

De palácios vienenses, ficamos por aqui. No próximo post os principais pontos turísticos dessa linda e clássica cidade.

Mais de Viena, aqui no Post I.

 
Imagens: Arquivo Pessoal.