A ilha de Caprera é um lugar especial. Por vários motivos. Quase todos relativos a mão santa da natureza tocando aquelas águas e pedras. Suas praias, são indescritíveis.

Mas não é só isso. Pra nós, brasileiros, e sobretudo para os gaúchos, ela tem um significado extra. E ele tem nome e sobrenome. Giuseppe Garibaldi. É isso mesmo! O herói farroupilha, peleador de diversas guerras mundo a fora, sobreviveu a todas elas, pra ir buscar seus dias e a eternidade, em Caprera.

A ilha tem em torno de 45 Km de costa, o que significa que dar uma volta nela é fácil, indicado, e imperdível. As paisagens alternam em pedreiras gigantescas, estradas estreitas, e águas que concorrem entre si pelo posto de  mais linda. É um lugar realmente impressionante.

Como são muitas, mas muitas praias mesmo, nem vou tentar, nem vale a pena nominar cada uma delas. Teremos sim overdose de fotografias nesse post, simplesmente porque preciso comprovar tanto mel jogado em uma única pequena ilha!

Se quando falamos de Maddalena, a principal das ilhas do arquipélago, falamos em praias mais brutas, com trilhas as vezes não tão leves, e pouca estrutura... Bem, foi um aperitivo!

Caprera sim, é pra onde você deve ir bem preparado. De todas praias que visitamos, e não foram poucas,  lembro de apenas uma com um bar, e alguma estrutura pra locações de equipamentos. De resto, é raiz mesmo!

Pra quem gosta de dar uma espiadinho no que a água esconde (frase meio incorreta pro mar de Caprera, já que ele é complestamente transparente), não esquece os acessórios de snorkel! De preferência com máscara de vidro, pra curtir de fato a transparência da água!

Uma das coisas mais difíceis em Caprera, é escolher em que praia parar. Além, é claro, de saber o nome da praia que você está parando. Raramente existem placas, ninguém lá faz questão de explicar muito. É quase como se fosse um recado: Nome da praia? Pra que? Vai curtir esse paraíso e esquece as anotações!

E até tentei, perguntar para italianos, que vão seguidamente por lá. E nada, puxaram o celular pra tentar descobrir  o nome da praia. Sem sucesso, claro. Depois disso, desisti. Não vai ter nome das praias no post. Porque dei razão a ideia central deles. Vai curtir, e quando você for lá, não procura uma lista, roda em todas!

No mergulho, não espere muitos peixes. A atração mesmo mesmo é a vegetação e o jogo que as formações rochosas fazem com a água. E sério, isso basta!

Em algumas praias (essa acima é a que tem certa estrutura, mas não, não lembro o nome dela. E sim, lá tinha placa. Mas lembre, eu já tinha concordado com eles sobre esse ponto...) existe uma super camada de vegetação seca na beira da praia, que te deixa com a sensação de caminhar sobre o feno. Dentro da água, isso acaba gerando o efeito escuro quando ficam presos nas pedras. É demais!

Os barcos de bandeiras europeias, na maioria italianos e ingleses, estão por lá, claro. Na praia aquela do bar, em uma parte mais reservada dela, avistamos duas crianças, com idades certamente inferiores a 7 anos, remando um mini bote, puxando ele para a praia, indo ao bar buscar alguma coisa, e depois voltar pro iate dos pais, que tomavam banho de sol por lá. Tudo normal, claro.

Muitos ciclistas pegam a ponte que liga Maddalena a Caprera e circulam a ilha toda. A estrdinha é estreita, tem bastante aclive, então se essa for a opção, esteja em boa forma com a musculatura exigida pelo pedal.

Nas praias que os barcos visitam, via de regra existem boias que delimitam até onde eles podem ir. Quando for dar umas braçadas por lá, o bom é ficar no perímetro. Apesar de que, naquele ritmo sardo, não vi ninguém andando rápido, dentro ou fora da água, seja de barco ou na praia. Até porque, pressa, nessa paraíso? Não né?

Na Itália, ao contrário do Brasil, muitos nadadores usam boias para nadar. Cheguei a comprar uma ali mesmo na Maddalena, amarra na roupa e deixa a gente mais tranquilo quando estiver nadando ou mergulhando, porque em alguns lugares, os barcos são muitos, e eventualmente o perímetro de boias não está lá.

A informação que me deram lá, é que não haviam mais habitantes em Caprera, que era proibido. Algum material que consultei agora fala em 170 habitantes. Enfim, seja uma informação ou outra a correta, é quase nada. É um paraíso bruto, ainda revelando algum vestígio do passado levemente edificado.

Preciso dizer que a visita a Caprera é obrigatória? Não né! Então, reserve pelo menos um dia inteiro. Pra ser sincero, ficaria umas 3 noites no mínimo por lá. Pra fazer com calma o arquipélago. E não esqueça do equipamento! Imagens: Arquivo Pessoal

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