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    Então o Trono de Ferro está de volta. Game Of Thrones, o seriado mais poderoso do momento, o único que consegue parar as pessoas para o início de uma nova temporada, finalmente chega nas telas para mostrar mais algumas centenas de mortes, e sustos, e surpresas de um roteiro imprevisível que mistura o bem e o mau de forma contundente. Game é diferente da grande maioria dos filmes e seriados, em parte porque elimina sem a menor cerimônia personagens principais, de um lado ou de outro, quebrando paradigmas e deixando de lado o cuidado e medo de perder público por tirar do ar os personagens preferidos. E a receita funcionou. Mesmo com a dificuldade de consolidar uma história com tantos personagens em tão poucos episódios por temporada, a receita surpreendentemente é um sucesso absoluto. A mistura de reinados com fantasia, aço, sangue e espadas com o mistério dos caminhantes brancos, o amor e o ódio entre famílias, as vezes teórico, as vezes literal de um extremo a outro, a eterna briga pelo nem sempre útil poder, ou a simples sobrevivência faz falta em seu interminável intervalo entre temporadas. Na crua e nua verdade, Game é uma fantasia bem mais real do que de longe se pode pensar. As forças invisíveis sempre estiveram entre nós, de um jeito, ou de outro. De uma maneira convencional, de outras nem tanto. O ouro sempre é o ouro, e o poder pelo simples poder, sempre arrecadou todos em guerras constantemente. Enquanto alguns só lutam pela própria vida, outros morrem sem saber porque. E os caminhantes, que ameaçam todos que mal sabem da sua existência, bem, certamente temos os nossos. E como eles, lá do mundo dos reis de ferro, desconhecemos ou menosprezamos o que há do outro lado da grande muralha branca.

    Interessante se dar conta que, em vários momentos da série, a estupidez e guerra inútil pelo poder de subjugar o rei vizinho, provoca o sentimento de que os caminhantes devem chegar logo e tornar o reino uma coisa só, mais uma vez. Por um objetivo dessa vez verdadeiro, genuíno e de fato necessário, de ir pra guerra por um bom motivo: Manter a espécie viva. Já me peguei torcendo contra todos, com exceção da preferida de todos Arya, várias vezes. Vibrando a cada aparição do exército de Caminhantes, esquecido na última temporada, e que deve ser a melhor parte dessa odisseia de gelo e fogo. Que os caminhantes cheguem logo para mostrar a verdadeira necessidade de brigar. Que a quinta temporada seja mais de fantasia do que de espadas e simples mortes, daquela fantasia que existe pra mostrar que a realidade muitas vezes é tão estúpida que precisa de algo sobrenatural, pra entender o que de fato importa. E que não é um trono de ferro velho cravejado de espadas. The Winter is Coming.

    Finalmente a guerra chegou. Ou, a primeira parte dela. E o que parecia ser o rumo da próxima rodada, deixou de ser, no último minuto da segunda temporada. Nada de guerras épicas convencionais. Nada de reis, herdeiros ou trono de ferro. A terceira temporada vem de dragões e caminhantes brancos… Agora sim, the realy winter is coming…

    Vem?

    A primeira grande batalha pelo trono de ferro mostrou seu fogo, demonstrou algumas coragens, explicitou previsíveis covardias, e deixou um gostinho de quero mais no campo de batalhas. Enquanto a família Baratheon caia, Robb Stark e seu exército só ganharam nome nessa temporada. Mas ficou no nome. Batalha mesmo, de fazer orgulho na tela, ficaria pra terceira temporada. Ficaria, como grande atração. Não mais. As grandes notícias vem do gelo, vem do além muralha, vem da terra dos primeiros homens. O gran finale da segunda temporada não poderia ser melhor. Enquanto as esperadas batalhas épicas deixaram a desejar, os elementos mágicos reivindicam seu espaço em Game Of Thrones. E chegam com honra e pompa.

    A terceira e temida chamada da corneta finalmente aconteceu em Game Of Thrones. O principal diferencial de outros épicos, a pitada de magia do jogo dos tronos, invadiu o tabuleiro da guerra pelo trono de ferro. Um exército de Caminhantes Brancos deve entrar em cena logo nos primeiros episódios da terceira temporada, certamente obrigando os homens a lutarem lado a lado pela própria sobrevivência. Nesse ponto, nada muito diferente da realidade da natureza humana: Todos brigam pelo poder, e a união só existe realmente quando a sobrevivência de todos está ameaçada. Os leitores dos livros podem agora corrigir o blogueiro, que não se aventurou pelas linhas escritas de Games, mas a expectativa que fica na série é como e quando os sete reinos vão se dar conta da necessidade de união, e o desenvolvimento deste desafio proporcionado pelo exército branco. Pelo andar da série, com poucos episódios por temporada, e com um tempo muito lento de desenvolvimento frente a riqueza da estória e dos personagens, a sensação é que os caminhantes iriam aparecer muito mais tarde na trama, com essa força toda. Melhor assim, com todos os ingredientes já mergulhados no jogo de poder.

    E se o exército branco avançar, mais do que nunca a grande força da princesa Targaryen será fundamental. Os três dragões já não são mais tão inofensivos, e logo devem formar um dos núcleos fortes da série. Assim espera-se. Porque as tramas nas sombras dos castelos, a falta de presença do exército Stark, e a ridícula permanência do moleque Lannister no trono de ferro já estão saturadas.

    Individualmente Tyrion cresceu na temporada, para ter sua injusta queda no final. Destino pior teve Theon, mas dessa vez, com justiça. Bonito mesmo fez Danys, acabando com aquele circo na Casa dos Imortais. Agora, será questão de tempo para a bela e seus dragões reforçarem a marcha rumo a Porto Real. Ou rumo aos Caminhantes Brancos? As possibilidades estão abertas para a terceira temporada. Se os Caminhantes demorarem para ser identificados e devidamente temidos, as Casas continuam sua luta pelo torno de ferro do moleque Lannister. Caso contrário, teremos uma nova união de fogo e armas no reino dos homens. E quanto a John Snow? Será que de um atrapalhado bastardo, o errante será uma peça importante no tabuleiro? Um exército que estará na retaguarda dos Caminhantes pode ser muito importante, caso a próxima temporada brinque com a sobrevivência dos homens.  E Snow estará presente no exército rebelde, talvez com algum crédito, talvez com alguma perspicácia.

    Dragões e Caminhantes, sejam bem vindos a guerra dos Sete Reinos. Sim, moedas misteriosas também são bem vindas!

     

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