Browsing Posts tagged Humor

    O milho do piá

    No comments
    Essa foi outra pós festa. Era tudo o que havia pra fazer lá no Balneário, o que podíamos inventar se não era possível entrar na água? Festa ué. O dia pertencia ao sono. E a noite… Bem a gente tomava conta da noite. Em uma dessas noitadas, pegamos o tradicional bondinho da barra para casa. Dessa vez claro que eu estava muito esperto e não cheguei perto de trailer nenhum. Desci no lugar certo. Como o dia estava amanhecendo, sentamos na frente do prédio e ficamos esperando notícias do outro parceiro que já tinha vindo mais cedo.
    Então o Babus morto de fome foi pegar um milho. Eu admiro quem acorda cedo para trabalhar. Na boa, eu odeio acordar cedo. Agora imagine sair as 5 da manhã de casa para vender milho verde. A senhora do milho verde era uma guerreira. As 6 da manhã o milho da senhora já estava na beira da praia, esperando os virados chegar das festas. E vinha o Babus atravessando a rua feliz da vida, babando grãos de milho para todo lado. Só que aparecem dois argentinos. Eu gosto da Argentina. Sei que a maioria dos brasileiros odeia argentinos. Mas eu amo tanto Buenos Aires, que não me importo com eles não. Até admiro o sangue quente deles, que tanta falta faz no nosso povo molenga que aceita tudo. Mas vinha lá aquela dupla de hermanos, grandes, eram grandes mesmo. Mas o fato é que os argentinos também tinham fome. E eram grandes. Como eles tinham fome, um deles pediu uma mordida do milho Babus. O Babus estranhou, respondeu que não, que ele é que tinha fome, e seguiu andando. Ou tentou. Porque o maior deles parou o Babus e disse em bom português: “Magrão, você não está entendendo, me dá o milho!”

    E lá veio o Babus, ainda com um grão de milho no dente esbravejando: “Fui roubado, me roubaram o milho! E você seu filho da mãe, pára de rir! Eu fui roubado! Roubaram o milho do piá!“.

    Ainda sem conseguir parar de rir, entramos no elevador. Eu vivia zoando aquele elevador. Como sempre dei um cascudo na porta com ele em movimento. Ele deu aquela parada brusca mas muito legal, como sempre. O Babus furioso, porque dizia ele estar precisando comparecer ao Wilson Carlos (WC) para o número 1. Mas depois do episódio do milho, sinceramente duvido. Devia ser o número 2. Certamente o 2. Já que ele tinha tanta pressa dei a segunda porrada no elevador, que via de regra colocava ele de novo para funcionar. Via de regra, porque dessa vez não funcionou. Eu quase passei mal. De rir. O Babus ficou tão furioso, e eu ria tanto que mal podia ficar de pé. O cara ficou mesmo furioso, certo que era o número 2. Certo. Várias porradas depois, e nada do elevador se mexer. Não tinha jeito, tivemos que pagar o mico de soar o alarme e acordar o prédio todo as 6 da manhã para sermos resgatados. E fomos, depois de quase 20 minutos soando o alarme… E o Babus lá, enquanto eu ria, segurando o número 2!

    O divã do 302.

    6 comments
    Como sempre, as coisas são deixadas para a última hora. E assim foi na questão do ap da Capitolândia, quando Cresponildo, Gorducho e eu saímos da tranquilidade de casa para encarar a tal da faculdade. As aulas começavam meados de março. E já era dia primeiro de março e ainda não tínhamos onde morar. Então do dia para a noite achamos esse ap. Cheio das particularidades, todo mobiliado e com um estilo nada convencional. Era no coração do centro, um movimento maluco, mas bem localizado perante os endereços dos amigos e futuros colegas. Fomos lá para a Capitolândia fazer o contrato e ficou acertada a data da entrada: Na segunda-feira, uma semana antes do início das aulas, para efeito de deixar mês fechado no contrato. Mas como as aulas só iniciavam na semana seguinte, falamos que iríamos na sexta.

    Eu quis aproveitar as férias até o último minuto. Só iria no domingo. Mas os guris resolveram organizar as coisas antes e pegaram o trem ainda na quinta-feira. O trem bala leva 6 horas até a Capitolândia, e chegava as 5 da manhã. Então chegaram ao novo lar as 5 meia, cansados e loucos por uma cama. Contam eles que ficaram quase 1 hora, com todas as malas e caixas adequadas a uma mudança de casa tocando a campainha e batendo na porta. Eles tinham a chave, a chave abriu, mas a porta ainda tinha uma tranca interna, que curiosamente estava fechada. O ap já estava a nossa disposição, mas como falamos em chegar na sexta poderia haver alguém ainda lá. Apesar que ele já estava desocupado…

    Finalmente alguém veio abrir a porta. 1 hora depois, quando os guris já estavam imaginando chamar um chaveiro. E quem abre a porta, toda se desculpando era uma moça enrolada em uma toalha. Toda sorridente e surpresa pela inesperada visita. Se desculpou por estar ainda lá, lembrou que tínhamos falado que só chegaríamos um dia depois, e voltou para o quarto. Os guris ficaram na sala esperando, como ela disse, “a vontade“. Eles se jogaram no sofá, ligaram o rádio, mas não puderam deixar de ouvir os sons que vinham do quarto. Ora, era a filha do dono do ap, mandando ver com alguém lá dentro! E seguiram mandando ver até as 8 da manhã…

    Depois de terminada a festa, saíram do quarto que seria o do Cresponildo, se despediram tranquilamente dos guris, e deixaram o 302 já deixando a chave… Aí sim os guris foram vistoriar os quartos, se acomodar e dormir um pouco. Como o ap estava vazio, lá estava o divã em pêlo, onde o casal fazia a festa, apresentando algumas manchinhas que acompanharam aquela fantástica peça da mobília pelos 2 anos que lá estivemos. O divã era a própria cama daquele quarto. Um divã de casal, grande, confortável, e manchado… Minha dúvida sempre foi: Será que naquela primeira leva de malas e caixas, o Cresponildo tinha alguns lençóis para cobrir o divã?

    Related Posts with Thumbnails