As vezes o pessoal estranha, eu sei, os posts de shows que aparecem na Artigolândia. Fica meio que parecendo aqueles blogs do tipo "Hoje fui no Shopping e comprei um chapéu amarelo. Viva!" Sei disso. E não é a ideia do nosso site mesmo, essa conversa meio diário de Maria. Mas a música, e seus grandes shows, são eventos que considero especiais. É a energia no estádio, é a lembrança de como eu acompanhava, fanaticamente tudo o que acontecia no cenário Pop/Rock mundial quando moleque, é um momento de reboot mental, quase uma mini férias. Fico lembrando de cada lançamento mundial do U2, dos Stones, o anúncio de uma nova turnê do Pink, que sabia, nunca chegaria por aqui. Fico lembrando da dificuldade de importação de uma fita cassete do Hooters, a emoção de conseguir comprar o Depeche 101 em Cd, o primeiro disco do Maná que escutei, vários anos antes de chegar ao Brasil... Acompanhar o cenário musical naqueles tempos era demais. Comprar um CD por semana era caro, mas como era bom. Long Plays? Nem vou falar, dos vinis, esse povo novo nem sabe como funciona. E o cenário musical era rico, aqui e fora. Mas os grandes shows, esses, eram escassos. Mas eu amava tudo. E nem tenho talento musical, sabe. Nada mesmo. Já toquei violão, teclado, mas né? Talento nenhum. Nada. Meu negócio negócio mesmo é ouvir e encarar os grandes shows. Aquele primeiro acorde no estádio, aquela massa reagindo... A música é mágica. Um grande show é Merlin em Camelot.

Aí que anos atrás, muitos anos atrás, prometi a mim mesmo que os grandes eu veria. Já vi muitos, mesmo. Grandes, médios e pequenos shows. Nacionais, internacionais, todos com suas peculiaridades e prazeres. Sou um colecionador de shows, posso dizer sem medo de errar. Mas os grandes, os gigantões mesmo, esses eu sempre persegui com mais emoção ainda. U2, Stones e Pink Floyd. Meu Top 3. E não poderia faltar a pitadinha da rainha, Madonna mia, claro que não poderia. E as turnês gigantonas, elas são diferentes mesmo. Então, não basta assistir uma  só vez. Não basta mesmo. Mal basta assistir uma só vez a mesma turnê. Muito menos, a banda. Assisti POPMART - 1997-1998 em Buenos Aires. Fantástica. O disco não era U2 raiz, mas o show... Só quem assistiu, pra lembrar da grandiosidade do show. O limão abrindo, e tudo mais. Inexplicável, a Popmart. Do U2, 360, logo ali, também vi. Revolucionária. Impactante. Um super teatro, como disse Jagger certa vez (Você prefere ver um teatrinho - U2 - , um show de luzes - Pink - , ou um show de rock - Stones - ? By Jagger) E verei as próximas turnês do U2, com teatro ou sem teatro, sem dúvida nenhuma.

O show de rock só vi uma vez. Stones, também em Buenos Aires, uma loucura. Os argentinos, especialmente, amam os Stones. Muito mais do que aqui. Muito mais. O medidor de energia do Monumental de Núñez em A Bigger Bang Tour de 2007 estava no máximo. Espero poder ver mais uma turnê dos vovôs do rock. Espero, mesmo, apesar de saber que é difícil. A idade não tem importância nenhuma para Jagger no palco. Nenhuma. E até a rainha do pop já assisti. 2008/2009 Sticky & Sweet Tour foi memorável. A loiraça que sozinha, faz frente as maiores bandas da atualidade. E o faz muito bem. Estar presente no Monumental de Núñez enquanto Madonna cantava Don't cry for me Argentina, foi, sem sombra de dúvida, um dos momentos musicais mais emocionantes que vivi. E não foram poucos. Metallica, Kiss, Men at Work, Guns, REM, Roxette, Midnight Oil, Ramones, Johnny Rivers, Clapton, Rush, Paul McCartney... Grandes shows, grandes lendas.

E o Pink? Esse não vem. Pelo menos do lado de fora da utopia. Mas Roger Waters vem. Até já veio, e até já assisti, em 2002. Mas agora é diferente. Agora, em 2011, é Roger Waters com cara de Pink Floyd. É a turnê The Wall. Aquela. Tocada em 1980, agora com uma releitura criativa que colecionado prêmios e público. É o terceiro gigante na coleção? Ainda não. Esse vai ter que ser na europa, não tem jeito. Mas com Waters e The Wall com palco completo, já serve como um belíssimo prêmio consolação. Como foi Sir Paul, representando a maior banda da história. Com consolações assim, não há muito o que reclamar. Vamos construindo, show a show, a nossa própria obra da cena musical. Another brick?

All in all you're just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall