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    Alghero, Sardenha

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    Alghero como ela é.

    Alghero, a barceloneta sarda, é uma pequena cidade ao norte da ilha, um dos dois pontos ideais para iniciar ou estabelecer base para curtir as melhores praias e paisagens dessa ilha italiana paradisíaca. São 45 mil habitantes, em uma agradável, tranquila e lindíssima cidade. Ao longo da ponta da costa, tem-se a muralha com vista deslumbrante do mar, e é ali que fica o centro histórico, digamos assim. O restante da cidade tem aquela arquitetura sarda de reboco meio texturado, meio amarelado, que vai ser a constante de toda a ilha.

    As lindíssimas praias se enfileram a medida que você dirige ao longo da costa. Placas com o nome das praias indicam pequenas estradinhas de acesso onde o pessoal abandona o carro em estacionamentos improvisados na areia, para acessar as praias. Bem, isso é uma constante em toda Sardenha, acostume, é legal. Mesmo pequena, é uma das principais cidades da ilha, então, há uma boa estrutura, restaurantes, movimento, porto com dezenas e dezenas de barcos, enfim. Nós encontramos um Rally grande, internacional quando estivemos lá, então tudo estava super animado por lá.

    O que fazer?

    Quando Alghero entrou no nosso roteiro, foi pela Gruta de Netuno, porque seria lógico entrar ou sair por ali pela questão do aeroporto, e porque era pertinho da La Pelosa. Mas, chegando lá, ficou claríssimo que ela mesma e sozinha já requeria uma visita exclusiva, independente do resto. Então vamos lá: O centrinho é imperdível. Restaurantes, bares, os artesanatos, as pulseiras de corais, as muralhas e a vista delas. A Gruta de Netuno é imperdível. Ponto. Não há como não ir. Você pode ir de barco, ou descendo centenas e centenas de degraus a partir do topo do Capo Caccia. Aconselho ir de barco. Sobre a Gruta teremos um post exclusivo, porque ela merece. Praias são dezenas, você provavelmente vai ter que fazer como nós, escolher.

    Curtimos a lindíssima Spiaggia Del Lazzareto, que ficava entre Alghero e nosso hotel. Veja fotos antes no tripadvisor, e escolha suas preferidos conforme sua posição geográfica. No geral, a cor da água não muda muito, e a paisagem também não. Logo na saída de Alghero, existe todo um litoral bem servido de lugares para estacionar ao longo de uma estrada lindíssima e agradável. Também não se prive de dar um passeio de carro despretensioso simplesmente tropeçando em paisagens de tirar o fôlego e encontrando praias lindas e não listadas. Afinal, a Sardenha não chega a ser um destino super frequentado por brasileiros, então as dicas não necessariamente alcançam a enorme quantidade de praias que existem por lá!

    Quando ir?

    Vale a mesma dica para toda a Sardenha, veja aqui.

    Quanto tempo ficar?

    Nós ficamos apenas duas noites. Foi pouco. A cidade, é pequena, é verdade. Mas é uma graça. Tem boa estrutura, bons restaurantes, a gruta de Netuno, várias praias próximas, e dependendo do hotel escolhido, a própria hospedagem exige um certo tempo. Foi o nosso caso. O hotel precisava ser melhor aproveitado, porque tinha uma linda praia própria, porque era enorme, enfim, porque merecia. Assim, faltou tempo. Três noites, iria bem. Anotando que um pouco dessa decisão também passa pelo roteiro geral da viagem. Como nosso próximo destino, de carro, era Stintino com pernoite, apostaria nas três noites em Alghero. Mas caso Stintino (e a famosa e imperdível praia de La Pelosa) seja um passeio a partir de Alghero, aí mudaria a aposta para quatro noites na base Alghero.

    Onde ficar?

    Como lá é pequeno, nem vamos falar de região. Vamos falar direto de hotel. Hotel é uma questão muito, mas muito pessoal. Há quem goste de investir mais, outros que consideram que é só pra dormir e investem menos, mas eu diria que nessas pequenas cidades, o conceito todo converge um pouco. Primeiro, porque a chance de você estar de carro locado é enorme. Porque precisa, na Sardenha. Então o hotel não precisa ser central. E é um destino de praias, a Sardenha, e a cidade. Então, pode valer mais a pena pegar um estilo resortão bem equipado, com praia logo na cara do quarto, e uma boa estrutura. Foi o que fizemos, e nesta cidade, é o que aconselho. Veja os hotelões bem possantes e equipados, de cara pra praia, e escolha o que melhor seja compatível com seu investimento.

    Ficamos no El Faro Alghero, e foi paixão a primeira vista, comprovada ao logo da estadia pela mega estrutura de bares, restaurantes, antendimento, quartos, dezenas e dezenas de espreguiçadeiras cobertas ou não, enfim. A vista era a melhor de Alghero, de frente ao imponente Capo Caccia, lar doce lar da Gruta de Netuno. Pra ser perfeito, só se a sua praia particular tivesse um pedacinho em areia. De resto, é aquele hotel que você sai apertando os lábios de tristeza porque o tempo ali terminou.

    Como chegar se locomover?

    Alghero, na minha visão, é uma das duas melhores portas de entrada na Sardenha. A outra é Olbia. Porque as duas tem aeroporto, e percorrendo o caminho de uma até a outra, se faz todo o litoral norte da Sardenha, passando pelo que há de melhor no norte sardo (não fomos ao sul, por entendermos que as melhores praias e vistas estavam no norte, regiçao da badalada Costa Esmeralda). Então Alghero tem um pequeno, simpático e bem frequentado aeroporto. Até a Ryanair opera por lá. Ou seja, barbadinha. Tem locadoras de carro no aero, as estradas são lindas, bem cuidadas, e bem sinalizadas. E sinceramente, essa é uma das regiões de dirigir mais agradáveis que já percorri pelo mundo afora.

    Particularidades e Curiosidades

    Em 2012, foi a décima cidade italiana mais visitada. O que pra Itália, considerando as cidades que existem lá, é muita coisa! É a única cidade da Itália que se fala o dialeto catalão (alguerês). O sistema de fortificações da cidade deriva do genovês. A sua costa se chama Riviera do Coral, pela quantidade de corais vermelhos de alta qualidade que se encontra por lá. Você encontra eles nos artesanatos locais, e peças mais refinadas em relojoarias. Não deixe de levar alguns, são peças lindas e únicas!

    Ainda falaremos de Alghero em post específico da Gruta de Netuno, e para aqueles que usarem essa linda cidade como base para La Pelosa, pode considerar que as atrações da cidade não terminam por aqui! Não esqueça de ver também os demais relatos da imperdível Sardenha! Vale!

    A Sardenha como ela é.

    A Sardenha é uma ilha grande, paradisíaca, tranquila, ideal para vários tipos de turismo, e que com a preparação certa, pode ser ainda mais perfeita do que ela já é. A linha costeira sarda tem aproximadamente 1.850 km. É a segunda maior ilha do Mediterrâneo, só perdendo pra sua vizinha Sicília. Não é pouco, até mesmo pra gente acostumado com país-continente. O principal da Sardenha certamente é o turismo paraíso, aquela das praias maravilhosas, dos hotéis com vista deslumbrante, da baixa rotação e baixa velocidade da estada. Não espere o agito de grandes cidades europeias, suas compras e promoções de marcas e objetos de desejo. A Sardenha é um paraíso para ser desfrutado desaceleradamente. De praia em praia, decidindo em qual das maravilhas você vai parar, em quais vai dedicar mais tempo, porque você não terá tempo para todas. O mais difícil por lá, é decidir em quais ou quantas praias você vai passar o turno ou o dia. E tem praias de fácil acesso, outras você estaciona e caminha um pouco, e outras requerem até trilhas fáceis e médias.

    Mas a ilha sarda não é só praia. Montanhosa, com rochas entre as mais antigas da europa, as mais antigas da Itália, essas paisagens também são de tirar o fôlego, assim como a vista pelas lindas estradas. As cidades são pequenas, seus 1.700.000 habitantes se dividem em 8 províncias, duas capitais tem perto de 150 mil habitantes (Cagliari e Sassari), e as demais todas abaixo de 40 mil. Ou seja, é aquele lugar de pequenas e agradáveis cidades, com as coisas ao alcance de alguns minutos. E tem história pra ver por lá também! Há quem diga inclusive que a Sardenha pode ter sido a lendária Atlântida! Cartagena, Roma, Bizantinos, Gênova, Pisa, os árabes, Reino de Aragão, todos passaram por lá. Então a cultura, comida, e línguas (tem cidade lá que fala Catalão!) é super interessante!

    Quando ir?

    Como o principal da Sardenha são as praias, apesar de toda a beleza das suas cidades, o idela obviamente são os meses quentes. Maio (12 a 22°) é mais arriscado. Junho (16 a 27°) engrena (foi quando estivemos lá, e foi perfeito, nenhuma gota de chuva, e bem quente. As vezes até demais, apesar da água do mar não ser quente). Julho, agosto e setembro seguem bem quentes (19 a 30°), e outubro é equivalente a maio. Porém as chuvas são bem mais frequentes a partir de setembro. Leve em conta a temperatura da água do mar também. Em maio e junho fica entre 18 e 21 graus. É fresca. Pra ficar mais tempo, como mergulhar, snorkel, vai bem um neoprene leve. Pra curtir a praia vai na boa, arrepiando um pouco na entrada. Julho, agosto e setembro fica mais quente, 24 a 26°. Aí já bem quente. Fora desses meses citados, fica entre 15 e 18°, aí sim, é fria mesmo, não rola ficar horas lá dentro. Observe que julho e agosto, apesar de ideais, são lotados por europeus em férias, e tudo vai fica menos romântico porque as praias em geral são pequenas, aí lota mesmo. E os preços, claro, vão decolar. Nós fomos em meados de junho, e não tenho do que reclamar. Claro que a água poderia estar 2 ou 3° mais quentes pra ficar perfeito, mas mesmo assim, tenho convicção que acertamos a data levando em conta os outros fatores.

    Quanto tempo ficar?

    A primeira coisa a fazer, é dedicar um certo tempo a ela.Tenho 3 dias para a Sardenha, onde vou? Na boa, não vá. Menos de uma semana, não vale a pena. Porque você teria que voltar depois, ou só estaria mesmo carimbando o passaporte. Diria que o ideal fica entre 10 e 15 dias. Aí seria possível conhecer alguma coisa do sul, e dedicar pelo menos 10 dias no norte, onde estão as melhores praias. Eu sei que é bastante tempo. Mas a não ser que você não goste de praia, é esse o tempo pra conhecer o melhor da ilha. mas como raramente se tem esse tempo todo, uma semana dá pra fazer, escolhendo provavelmente a Baixa sardenha ou Porto cervo como base, e curtindo a Costa Esmeralda em sua plenitude. Nós tivemos 10 dias lá, e escolhemos o norte. Entrando por Alghero e saindo por Olbia, fazendo toda a costa norte que dá de frente a Córsega (que também fomos, e que também falaremos)

    Onde ficar?

    São muitas as opções. Então de largada você vai ter que escolher quais as cidades bases, e qual seu trajeto interno, que será de carro. Estudei bastante as opções no norte, e desisti do sul por ter apenas 10 dias por lá (me arrependi, devia ter deixado minimamente 12 ou 15 só pro norte). No sul, a base natural é Cagliari, a capital que fica perto de boa partes das praias dessa região. No norte é mais complexo, e pelo que estudei, optei por fazer a primeira base em Alghero e depois seguir por toda costa norte, com pernoites em Stintino (La Pelosa é uma das melhores praias sardas) e Baixa Sardenha, antes de sair por Olbia. O bom disso é que você pode fazer a imperdível Bonifácio na Córsega, a partir de ferry em Gallura. Na casa de 10 dias, acho essa a melhor opção. Se for menos tempo, escolha um hotel próximo a Costa Esmeralda, que te permita circular pelas dezenas (ou centenas) de praias maravilhosas. Aí a dica é pegar um resort com estrutura. As dicas de onde ficar vão ficar mais claras nos posts das cidades e praias.

    Como chegar se locomover?

    A partir de grandes aeroportos se chega fácil nas cidades sardas que tem aeroporto. São 3, Olbia, coladinho na famosa Costa Esmeralda, Cagliari, na capital, bem ao sul, e Alghero, na barceloneta sarda, no norte. Escolha o mais perto da sua base. A sardenha é uma região italiana que não tem autoestradas, mas as estradas são perfeitas e bem sinalizadas. Estreitas, claro, mas perfeitas. Espere muitas curvas, sobe e desce e vistas deslumbrantes entre cidades, porque tudo lá é montanhoso. Você vai precisar de um carro, ponto. Não dá pra curtir a ilha sem. As praias são perto das bases, mas perto pra carro, e o transporte público não vai atender sua demanda, então, nem pense. Alugue um carro.

    Particularidades e Curiosidades

    Quando se fala em Sardenha, se pensa na Itália. E é. Mas não espere tanta Itália assim. A pizza continua lá, a língua italiana também, mas a arquitetura muda, os artesanatos, e a própria cultura sarda é visível. Os sardos não são homogêneos no ponto de vista genético. Por exemplo, 42% pertence ao grupo genético comum na escandinávia. As línguas são o italiano e o sardo, com alguns dialetos por região. A gastronomia sarda é antiga e peculiar, apesar dos pratos italianos estarem por tudo. É uma região autônoma, com estatutos especiais assim como Vêneto. A sardenha só virou |Reino Italiano| em 1861. A curiosa bandeira tem a Cruz de São Jorge com 4 cabeças de Mouros, e simboliza a vitória do povo sardo contra os sarracenos, no século XIII.

    Nos próximos posts, falaremos de roteiros e mais detalhes sobre as cidades e praias que visitamos. Até lá!

     

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