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    E aqui estamos nós de novo, para finalmente, fechar a série de Budapeste. Este é o terceiro artigo sobre essa cidade lindíssima e desordenada. Os primeiros, A Cidade como ela é, e o que fazer I, e II deixaram de fora as regiões de Gellért e do Castelo de Buda, que é pra onde vamos agora!

    Apesar de uma boa dose de reclamações sobre Budapeste, como vocês acompanharam nas outras citações da cidade, já comentei que alguns dos prédios mais interessantes que já vi, estão em Budapeste. E o Bastião dos Pescadores é um deles! Bem próximo ao Castelo de Buda, nessa região super limpa, organizada e turística, se ergue pela montanha essa lindíssima edificação da mesma pedra que tudo na região é feito.

    O Halászbástya, ou Bastião dos Pescadores, que foi construído entre 1895 e 1902, é uma homenagem às sete tribos magyares que fundaram a Hungria no ano de 896. São sete torres, que recebem o nome em homenagem aos pescadores que, na Idade Média, protegiam esse trecho da cidade através da fortificação. Assim como muita coisa em Budapeste, o Bastião foi destruído e reconstruído, pelo filho do arquiteto original.

    A vista mais impressionante do bastião é na subida que dá acesso ao morro, ainda mais com a Igreja de Mathias ao fundo. O acesso é livre em quase toda a estrutura, apenas no terraço é cobrada entrada. Tem um restaurante dentro, com música ao vivo, e alguns outros restaurantes e casas de doces próximos. Existe um pequeno comércio pela localização que pode parecer mais caro, mas é possível encontrar bons preços. Não esqueça de levar uma miniatura do Bastião na pedra original, certamente será uma das peças mais belas da sua coleção!

    Com um dia ensolarado, essa região do bastião e da Igreja se tornam locais incríveis para fotos, e um passeio super descontraído. É uma região bem compacta, se vê muita coisa lindíssima a poucos passos uma da outra. Como é uma região bem antiga, se encontra charme em qualquer lugar, em qualquer casa ou edifício do local.

    Na foto abaixo, a Holy Trinity Column, mais um elemento de charme compondo essa micro região de Buda. Fica bem ao lado da Mathias.

    Já no lado do Castelo, são vários os edifícios, fontes, esculturas e adornos com aquela modelagem típica do leste que são as estrelas da festa.

    A vista abaixo, do Castelo de Buda, foi tirada do lado Peste. Mantendo a impressão que uma cidade construía para fazer frente a outra, e confirmando que o Rio é quem mais aproveita a vista de Budapeste.

    A foto abaixo é no interior da região do Castelo, onde ainda funcionam governos, troca de guarda (claro que mais uma vez vimos a troca, sem procurar ou programar…). A edificação branca é o Palácio Sándor, residência oficial do presidente da Hungria.

    Muitos dos prédios que constituem o Castelo de Buda (na verdade o Palácio Real, onde não mora mais ninguém) foram construídos no século XVIII, e abrigam a Galeria Nacional Húngara e o Museu da História de Budapeste.

    Apesar do tamanho do Castelo de Buda, e da visão que se tem dele lá da Peste, a edificação mais impressionante dessa região da cidade é, ao lado do Bastião, a Igreja Mathias, com sua arquitetura, seu lindíssimo telhado, e a torre negra compondo com toda a edificação clara. É aberta a visitação. Mas não no dia que estávamos lá. Em obras.

    Igreja Mathias foi construída entre 1255 e 1269. Claro que a anterior havia sido destruída, como boa parte da cidade. O nome da igreja é em homenagem ao rei Mathias, que casou-se nela duas vezes.

    Na foto acima, a estátua de István I, o primeiro rei dos húngaros, que reinou de 1000 a 1038. Ela fica entre o Bastião e Igreja de Mathias.

    A foto acima traduz muito bem a viagem no tempo que essa região proporciona, e a sensação e expectativa atendida de caminhar pelo leste europeu.

    Nem preciso dizer que a comida é diferente, forte, e essa região do castelo tem alguns restaurantes típicos. Almoçamos nesse acima, bem próximo ao castelo. Naturalmente tinha um brasileiro por perto, contando histórias inexistentes sobre o Brasil, para a namorada americana. Viva a globalização.

    Não deixe, claro, de provar as coisas esquisitas que eles comem por lá. Principalmente os doces, que naturalmente são mais inofensivos dos que os pratos típicos quentes. Mas lembre-se: Evite comprar em “camelôs de comida”.

    Na sequência da região do Castelo, mas ainda mais pra cima, fica a Citadella. Bem no alto do Monte Gellert, é a melhor panorâmica de Budapeste. As muralhas ainda estão adornadas com canhões, e se lê bastante que os húngaros ainda tem arrepios sobre esse lugar. A fortaleza foi construída em 1851 por um comandante da Monarquia de Habsburgo. Na Revolução Húngara de 1956, tropas soviéticas ocuparam a Citadella, e tanques dispararam para dentro da cidade durante o ataque que derrubou o governo húngaro.

    Vale a pena pagar o ingresso para conhecer o bunker, abrigo antiaéreo construído durante a II Guerra Mundial pelos alemães. Se prepare para entrar em um local com fortes sensações. Não é um lugar leve. Mas é impressionante e imperdível. No bunker existe uma exposição de fotos da II Guerra. É impactante, porque a cidade foi praticamente destruída.

    No topo da Citadella fica a Estátua da Liberdade. Vista de praticamente toda a cidade, é uma mulher segurando um ramo de oliva, que significa a paz. Paz essa que não foi conhecida dos húngaros por séculos…

    O mais famoso termal da cidade é o Hotel Gellért, a maior e melhor casa de banhos termais de Budapeste. Foi construído entre 1912 e 1918, bombardeado e destruído durante a Segunda Guerra, e reconstruído em 1940. As piscinas são abertas também para não hóspedes.

    O complexo tem treze piscinas do mais variados tipos, normais, aquecidas, cobertas, na área externa, com bolhas efervescentes e até com ondas artificiais. Ainda tem um SPA. É possível conhecer uma área do Gellért gratuitamente, onde ficam localizadas as bilheterias.

    Ao lado do Gellért fica a Cave Chuch , uma igreja que fica dentro de uma caverna, no monte Gellért. Ali morava São Estevão, um monge que se tornou santo devido à cura de doentes com as águas termais que jorravam nas proximidades da caverna.

    Na frente da Cave Church há um mirante (foto acima) com uma bela vista da ponte da Liberdade, e da região do mercado. A edificação abaixo recebe a arquitetura moderna em meio a edificações antigas.

    É no final da Utca que fica o mercado central de Budapeste, ou o Mercado Público. Como o de todas as grandes cidades, é gigante e antigo. O prédio é de 1897. No primeiro pavimento frutas e alimentos nas tradicionais barraquinhas, e em cima mais comércio de artesanatos e lembranças da cidade. Compre aqui as suas lembranças da cidade. Leve uma das caixas com segredo, que é realmente impossível abrir sem as instruções.

    Budapeste tem muitos cristais, existem lojas caríssimas, e outras bem baratas. Naturalmente que a qualidade não é a mesma, pelo menos na teoria. Mas enganam muito bem. Nos arriscamos com algumas peças, já que era nossa última cidade, a possibilidade de chegar sem quebrar era maior. E deu certo. Compramos algumas no mercado público mesmo, em uma loja de ” esquina” e algumas peças no centro comercial da Utca, aquele no subsolo. Foi quase de graça pra preços de peças similares no Brasil, e roubam a cena na casa. Arrisque.

    Próximo ao mercado fica o Museu Nacional Húngaro. Mas como já comentamos em outros artigos, a cidade de Budapeste é linda na parte externa, entramos em poucas atrações. Uma delas, que causa arrependimento eterno, foi o Hotel Gellért, que ficou pra depois, e acabamos não conseguindo, em função do único contratempo de toda a viagem, que acabou carregando um dia inteiro de Budapeste.

    Na foto acima o Monumento Gellért, imponente e visível de Peste. Foi construído em 1904 em homenagem  ao bispo Gellért, santo padroeiro da cidade que conforme a lenda foi empurrado montanha abaixo dentro de um barril fechado, por tentar converter húngaros ao cristianismo.

    Claro que em uma cidade separada por um rio, as pontes são sempre uma atração. A Ponte da Liberdade é toda em  ferro pintada na cor verde, e data de 1899. Tem 333 metros de extensão e é uma das mais lindas da cidade. Liga o Mercado Público ao Gellért.

    Existem outras tantas pontes, algumas mais conhecidas, outras nem tanto, algumas mais adornadas, outras nem tanto, mas todas com seu charme, e sempre oferecendo vistas sensacionais de diferentes regiões da cidade.

    E pra fechar Budapeste, ficamos com o que a cidade tem de melhor: As vistas a partir de um lado da cidade e de outro, tudo com o Danúbio fazendo as vezes de separador, e por que não, agregador.

    Então é isso gente. Com este artigo nos despedimos definitivamente de Budapeste, a capital Húngara. Essa cidade peculiar e ultra fotogênica. Até a próxima parada: Bruges!

    Mais de Budapeste:

    Budapeste Post I, Budapest Post II, Budapeste Post III,

    Lá vamos nós para mais um artigo sobre Budapeste, essa linda capital do leste europeu que mistura imponência e monumentos belíssimos, com muito do nosso conhecido terceiro mundo. No último artigo estivemos no lado interno de Peste, a parte residencial e o parque. Desta vez vamos nos concentrar no centro de Peste, na região da Utca e a parte de Peste que margeia o Danúbio, oferecendo a linda vista para Buda.

    A Utca é dividida em duas partes por uma grande avenida. A primeira parte, retratada acima, termina no mercado público húngaro, e tem mais restaurantes mas menos movimento. É mais tranquila e até menos turística. A segunda parte, termina na Vorosmarty Square (foto abaixo), e além dos restaurantes é crivada de pequenas lojas voltadas principalmente ao turismo. É mais agitada e movimentada tanto de dia quanto de noite.

    A Vorosmarty é recheada de atrações, e um bom local para compras, para um stop do sorvete (tem dezenas de bancas de sorvete) e para simplesmente ficar sentado curtindo o lugar e o movimento. Grandes lojas como H & M estão por instaladas aqui, assim como o Hard Rock Café. Super movimentada em quase todos as horas do dia e início da noite, é um importante ponto turístico. É daqui também que sai o tal passeio guiado, aquele que já comentei no outro artigo e que absolutamente deve ser evitado.

    É na Vorosmarty também que fica a lendária Confeitaria e Café Gerbeaud, uma das mais famosas da Europa. É deliciosa, tem presentes prontos para doces lembranças de Budapeste, e sim, é bem cara. Talvez o café com doces mais caro que já tomei. Segundo a esposa, vale a pena. A casa é antiga, faz doces desde 1858, e reza a lenda que reis e princesas faziam parada obrigatória por ali. Era o café preferido da Sissi…

    Uma das atividades mais agradáveis de Budapeste em um dia de sol é caminhar nas margens do Danúbio. Como temos visto nas fotos, muito, ou quase tudo da beleza da cidade está posta de um lado ou outro do rio. Edificações, estátuas de bronze, e principalmente a vista da margem vizinha. Ou melhor, da ex-cidade vizinha.

    A foto abaixo Vigado Concert Hall. A fachada está brilhando, perfeita, assim como a lindíssima fonte em frente. É mais uma das belíssimas edificações que ficam praticamente na margem do Danúbio. Fica do lado Peste, e é um ótimo lugar para dar uma paradinha depois da caminhada pelo calçadão, e claro fazer excelentes fotografias! A noite ele fica iluminado, claro, e também vale a visita.

    A ideia da trip sempre foi de aproveitar a primavera europeia. Mas nas primeiras cidades, Paris, Bruges e Bruxelas, não foi bem assim. Já no leste, a começar por Bratislava, Viena e terminando em Budapeste, a primavera finalmente deu as caras. E abaixo está a prova: Uma pracinha super florida no lado Peste, de frente para o castelo de Buda.

    Essa região que faz margem ao rio, de ambos os lados, é sempre limpa e organizada. Em geral as edificações são bem conservadas e estão em bom estado. Isso não acontece quando se entra mais para o coração da cidade, mas nessa região, está tudo em ordem. Muitos ambulantes vendem comida de topo o tipo em bancas de camelôs, conforme já falamos nos outros artigos de Budapeste. Não nos arriscamos, apesar de algumas bancas mostrarem produtos muito atrativos e coloridos.

    Como Budapeste foi a nossa última cidade, a energia e disposição para visitar museus e efetivamente entrar em prédios históricos e culturais já andava seriamente abalada. Quase não fizemos isso em Budapeste. E creio que nem seja a essência da cidade. A sua beleza está mesmo na rua, nas fachadas, e principalmente quando uma cidade olha para a outra. Ou provoca, uma a outra. A Buda, e a Peste.

    Abaixo o Gresham Palace, uma edificação em Art Nouveau lindíssima que hoje abriga o hotel Four Seasons. Super bem localizado em frente a uma praça. Vale a visita, e o restaurante também é muito bom.

    Pegamos todos os dias ensolarados em Budapeste, apesar do vento cortante a partir da tardinha, que se intensificava de noite. Aí, só com manta e jaqueta. Mas durante o dia uma multidão de turistas de várias partes do mundo invadem as praças e os calçadões e bares que margeiam o Danúbio. O clima é muito bom, super alto astral e agradável. Se o sol aparecer, a dica é correr longe de museus e atrações fechadas, e correr para o Danúbio. É ali que a magia de Budapeste aparece!

    Nas margens do Danúbio passa o trem número 2, o amarelinho sedutor que te convida para passear nele e ver Budapeste da pequena janelinha. Mas acabamos passando o convite, e posso dizer que foi um dos arrependimentos dessa estada. Apesar dos vários relatos de golpes em turistas nesse trem, ele tem tudo pra ser um dos passeios super agradáveis da cidade.

    Com 96 metros de altura e capacidade para 8.500 pessoas, a Basílica de São Estêvão é um dos edifícios mais altos e imponentes de Budapeste. O interior é lindo  e luxuoso, e a fachada seu cartão de visita. Levou 54 anos para ser construída, em estilo neoclássico. É visita obrigatória, vale muito a pena.

    Acima os simpáticos e imponentes prédios “gêmeos” abrem caminho para uma das pontes que ligam Peste e Buda. Elas ficam no lado Peste, e estão atualmente em merecida e necessária restauração. Muitos outros prédios da cidade deveriam seguir o exemplo…

    As ligações entre Buda e Peste sempre são charmosas, não importa o estilo da ponte que leva de uma cidade para outra. Mas a ligação mais interessante é a da ponte Széchenyi Lánchíd, que chega na Praça Adam Clark. Tem trânsito bem forte, e leva diretamente ao Castelo de Buda.

    É nessa mesma ligação que fica o funicular, e um túnel no lado de Buda. É o portal de entrada para as muitas atrações da região do castelo, que exige praticamente um dia inteiro (ou mais) para ver tudo com o tempo que cada atração merece.

    O funicular é super bem localizado, praticamente em frente a uma das mais lindas pontes da cidade. De fácil acesso, oferece uma vista maravilhosa. Tem uma pracinha bem em frente, e numa das tardes de sol a turma da bike estava dando show de acrobacias. Vale a pena.

    Não tenho dúvida de que o Parlamento é uma das edificações mais impressionantes da Europa. É de uma dimensão e imponência de deixar com inveja qualquer ponto turístico que seja colocado ao lado. Mas tem uma particularidade: Como está praticamente na margem do Danúbio, a pouquíssimos metros da margem, a melhor vista dele é do lado vizinho. E da lateral, e de cima, e de dentro… O Parlamento hungaro não pode ser descrito. Ele precisa ser visto!

    E por falar em vista, embora a ideia desse artigo seja focar mais nos prédios históricos do centro de Peste, não tem como ignorar uma vista como essa acima, e abaixo. É a justificativa com provas de que Budapeste é uma cidade externa, uma cidade pra ser vista da rua, e principalmente perto d’água.

    Como não poderia deixar de ser, vamos nos encaminhando para o final de mais um momento Budapeste com algumas imagens noturnas, que valorizam ainda mais essa linda cidade. É notório que existe uma forte preocupação para manter a cidade ainda mais linda durante a noite, com iluminações bem trabalhadas nos principais pontos turísticos da cidade. Na foto abaixo, o restaurante que aparece tem música ao vivo, e muitos dos clientes faziam um “pequeno baile” no meio da rua, dançando ao lado das mesas, mesmo com um vento gelado fazendo parte da festa.

    A noite da Utca pode ser meio agitada, como já comentamos nos primeiros posts da série Budapeste. Mas se você não quer ser abordado pelos oportunistas enquanto caminha pela região central de noite, uma boa ideia é pegar um dos carrinhos abaixo, que ficam na entrada da praça Vorosmarty. Além de divertidos, são uma opção tranquila para apreciar o centro iluminado de Budapeste!

    Encerramos com mais uma noturna mais esse pequeno relato de Budapeste. Teremos mais duas rodadas dessa instigante cidade, uma falando do Castelo de Buda, e outra falando da região das imponentes termais Geller e região do mercado público. Até mais!

    Mais de Budapeste: Post I, Budapest Post II, Budapest Post IV

    Imagens: Acervo Pessoal.
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