Não me considero, ainda, um viajante super completo. Daqueles que podem opinar pelo mundo todo. Falho principalmente pela África e Ásia. Mas posso dizer que já dei umas voltinhas por aí. Principalmente pelo velho continente. E a Córsega, caros leitores, ganhou um pedacinho importante do meu coração de viajante. Ela é surpreendente, de várias formas!

A Córsega é a quarta maior ilha mediterrânea, coladinho na Itália, e a um voltinha de barco da Sardenha. Mesmo assim, é francesa. E claro, os corsos não gostam nada disso. A ilha é praticamente uma montanha no meio do mar. Alturas elevadíssimas, natureza poderosa, vistas e cenários cinematográficos! Todos que já ouviram falar da Córsega provavelmente  foi por um motivo: Seu filho mais famoso, Napoleão Bonaparte. Sim, esse mesmo.

Sua capital é Ajaccio, justamente onde Napoleão nasceu, um ano após a ilha ser ocupada pela França, que foi em 1768. Até então a Córsega era italiana, a ilha serviu para pagar dívidas genovesas com a França. Tem 8.700 m2 e pouco mais de 300 mil habitantes. Pouco, mesmo. Junto com a capital, Bastila e Porto Vecchio são cidades que merecem a atenção. A ilha tem um passado turbulento, o turismo é hoje muito forte, mas mesmo recentemente a ilha esteve envolvida em dificuldades e certa violência pela questão França. Os corsos querem sua independência.

Circulando pela ilha as placas estão em francês, normalmente pichado, e em corso. O corso é considerado o mais italiano dos dialetos. Ou seja, defende-se que a língua italiana mais característica é o corso. Dá pra entender um pouco o porque da Córsega não curtir muito fazer parte da França. E realmente a ligação com a Sardenha, que tem praticamente a mesma bandeira, é de 40 minutos de ferry.

O mais provável do visitante que vai a Córsega é que ele esteja na Sardenha, e vai pegar o ferry em Sta Teresa Gallura até Bonifácio. O plano inicial era de fazer 3 cidades na ilha, Bonifácio, Ajaccio e Porto Vecchio. Mas como nossa trip tinha também Sicília, que acabou crescendo no roteiro, resolvemos tirar Ajaccio e se concentrar na melhor das cidades para se conhecer, Bonifácio. E a partir dela fazer praias (acima santa Giulia, que tem artigo específico) e Porto Vecchio (também com artigo específico).

A bandeira corsa retrata um mouro com uma bandana branca na cabeça. A ilha pela posição geográfica foi invadida por fenícios, gregos, romanos, vândalos, bizantinos, pizanos, aragoneses, genoveses até cair nos braços da França.

A Córsega também é destino de trilheiros, a GR 20, a mais longa, uma das mais difíceis e a mais linda trilha do velho continente fica lá. Claro que existem variações mais fáceis, empresas especializadas nesse tipo de aventura e tal. As variações de altura são fenomenais, chegando a 1.000 m. A natureza da ilha é lindíssima e alterna o mar perfeito com suas montanhas peculiares e muita, mas muita vegetação! Vista do mapa do google, a ilha é uma enorme mancha verde!

O clima é mediterrâneo, e como as praias são maravilhosas, e o mar uma das principais atrações, vá quando for quente! Até porque se a base for Bonifácio, toda a parte baixa da cidade praticamente fecha no inverno, e a população sobe pra cidade que fica praticamente pendurada na montanha.

O tempo de visita a ilha vai variar conforme as cidades, claro. Mas o mínimo mesmo, seria uns 3 dias. A não ser que você acabe nunca mais voltando pra lá, e só tenha um tirinho pra dar a partir da Sardenha, o que também pode ser feito. Mesmo assim, pesquise e repense. A Córsega merece, acredite. Ficamos 3 noites, mas depois de conhecer, eu amentaria pra 4 noites pelo menos. E subiria mais pra dentro das montanhas e do interior da ilha. Conhecer melhor seus queijos, a vida dos homens da montanha corsos e as outras especiarias. Iria a Ajaccio, ruinas de Filitosa e sem dúvida faria algumas avenuras maiores nas montanhas.

Hoje a Córsega é um turismo mais requintado. A turma que estava por lá não era fraca. A hotelaria é média, os prédios são antigos mas bem equipados por dentro. Existe um turismo todo diferente pra turma fortíssima dos iates, em sua maioria ingleses, alguns alemães e italianos, claro. Portos equipados com mercadinhos, cafés, restaurantes todos ao longo do porto especialmente para gerar um atendimento de primeira pra turma do iate e pra quem está hospedado na cidade baixa. Foi onde ficamos, indico demais! A comida é bem parecida com a sarda, inclusive em preço, nada abusivo considerando o tipo de turista que está por ali. Vamos falar mais detalhadamente nos artigos específicos a seguir, de santa Giulia, Porto Vecchio, e principalmente Bonifácio que serão pelo menos 3.

Imagens: Arquivo Pessoal
#NoFilter