Post I - Bratislava como ela é.

Foi em um lindo e iluminado aeroporto que tivemos nosso primeiro contato com Bratislava. A pequena capital eslovaca, que fica tão perto de Viena e das outras princesas do leste, que chega a atrapalhar. Porque a turma toda vai passar o dia em Bratislava. E ela merece mais que isso. Programamos uma noite, e faltou uma mais. Fazia sol. Excelente e providencial, pra quem tem pouco tempo. Íamos dormir lá, é verdade. Mas chegamos ao meio dia, e iríamos pra Viena em algum momento na manhã seguinte.

Tinha investigado como ir do aeroporto (foto acima) para o centro com o ônibus 61 que parte de 10 em 10 minutos, mas acabamos optando pelo táxi, mesmo sendo visível a facilidade de ir de ônibus. Ali já começou a impressão positiva da cidade. Perguntei um valor aproximado pela corrida, o taxista disse uns 20, 22 euros. Deu 23, ele pediu desculpas e ficou sem jeito. Sério mesmo. Ele ficou sem jeito por errar por um euro a previsão de custo. Por aí você começa a entender o espírito do eslovaco.

Durante o percurso falamos bastante. Preparado, nos deu vários mapas, rabiscou neles (o trânsito parou várias vezes), e nos deu várias dicas e instruções. Educadíssimo e super prestativo. Tivemos uma ótima impressão da cidade na chegada. Pegamos um Ibis no centro, no pé do castelo, e a meia dúzia de passos do centro histórico. Quarto espaçoso, tudo novo e bonito. O pessoal do hotel estava com uniforme de hóquei, o esporte nacional, já dando o clima da cidade. Na foto acima, a troca da guarda da residência do governo. Pegamos por acaso, como em várias outras cidades.

O tempo era curto na Bratislava. No dia seguinte Viena já chamava, mesmo que sem hora marcada. Então, logo após o rapidíssimo check in, só arremessamos as malas no quarto, pegamos o equipamento fotográfico e saímos. O centro histórico é muito aconchegante. Boa parte das edificações são barrocas. A impressão inicial é que a cidade anda mesmo se preparando para ser de fato turística, já tem uma boa estrutura pra isso, e falta mesmo é turista. Tudo é muito tranquilo, não existem filas, os restaurantes e bares sempre tem mesas sobrando, quando não estão quase vazios, e todos são muito simpáticos e prestativos. Claro que não é aquele povo brasileiro, todo feliz e sorridente. São mais sóbrios. Mas simpáticos!

Na praça principal tem uma feirinha muito simpática. Estava funcionando numa quarta a tarde, então presumo que esteja sempre por lá. Pra quem veio da Bélgica, a renda estava super barata. E bonita. É de comprar várias peças. As lembranças da cidade também são um sarro. Compre um Cumil e um Paparazzi. O sorvete segue o padrão europeu, sensacional, e tem bons restaurantes. Os típicos tem a comida bem forte. Mesmo. Vale a pena provar. Na questão das compras não deu tempo de explorar muito a cidade. Tem um shopping grande na entrada da cidade, e tem o belíssimo Eurovea, que também não conseguimos ir.

Andar de noite pela Bratislava é uma beleza. A sensação de segurança é total, como o taxista já havia falado. "Perigo? Na Bratislava? Não, não tem isso aqui não". Como a maioria dos turistas fazem bate e volta de alguma outra cidade próxima, a estrutura turística desde a tardinha até a noite fica quase vazia. Então é possível jantar no castelo, no UFO, ou na praça central (foi a nossa escolha), tranquilamente e escolhendo a mesa com a melhor vista. Alguns restaurantes começam a se desmobilizar as 10 horas, então é bom ir cedo.

A cidade não apresenta os grandes monumentos das principais cidades europeias, não tem aquela sensação de poder e riqueza, mas tem seus encantos. Como os hotéis e restaurantes são bons e baratos, fazer bate e volta de Viena ou Budapeste nem vale a pena. Se resolver passar por lá, fique uma noite. Vindo dos países de cima, fica até mais fácil e barato, pois Bratislava recebe vôos de baixo custo, ao contrário de Viena. De lá pra Viena, vá de barco pelo Danúbio. É um passeio clássico que merece sua presença. Avalie um tempo extra para visitar o interessantíssimo Devin Castle, destruído por Napoleão em 1809 e tem algumas ruínas recompostas. Não tivemos tempo pra ele, pois fica fora da cidade, e fez falta, principalmente vendo ele lá do rio, na viagem pra Viena.

Se o centro histórico é bem cuidado e monitorado, no resto da cidade o contraste fica mais evidente. Lugares lindos em frente a prédios depredados e pichados é coisa bem corriqueira. A cidade é limpa, parece bem organizada e com um transporte público que parece bem eficiente. Não é uma cidade grande, tem menos de 500 mil habitantes, então não é difícil de se conhecer, nem de captar o clima da cidade e do povo. As marcas do passado de ferro são bem visíveis, mas o desejo de ser vista pelo mundo também. Além do centro histórico, a região do castelo, e do outro lado a região do palácio real são as principais regiões turísticas. Bratislava em resumo é uma pequena e agradável surpresa.

No próximo post, as principais atrações da capital eslovaca!

Imagens: Panorâmica, Wikipedia. Demais, Arquivo Pessoal.