Lá vamos nós para mais um artigo sobre Budapeste, essa linda capital do leste europeu que mistura imponência e monumentos belíssimos, com muito do nosso conhecido terceiro mundo. No último artigo estivemos no lado interno de Peste, a parte residencial e o parque. Desta vez vamos nos concentrar no centro de Peste, na região da Utca e a parte de Peste que margeia o Danúbio, oferecendo a linda vista para Buda.

A Utca é dividida em duas partes por uma grande avenida. A primeira parte, retratada acima, termina no mercado público húngaro, e tem mais restaurantes mas menos movimento. É mais tranquila e até menos turística. A segunda parte, termina na Vorosmarty Square (foto abaixo), e além dos restaurantes é crivada de pequenas lojas voltadas principalmente ao turismo. É mais agitada e movimentada tanto de dia quanto de noite.

A Vorosmarty é recheada de atrações, e um bom local para compras, para um stop do sorvete (tem dezenas de bancas de sorvete) e para simplesmente ficar sentado curtindo o lugar e o movimento. Grandes lojas como H & M estão por instaladas aqui, assim como o Hard Rock Café. Super movimentada em quase todos as horas do dia e início da noite, é um importante ponto turístico. É daqui também que sai o tal passeio guiado, aquele que já comentei no outro artigo e que absolutamente deve ser evitado.

É na Vorosmarty também que fica a lendária Confeitaria e Café Gerbeaud, uma das mais famosas da Europa. É deliciosa, tem presentes prontos para doces lembranças de Budapeste, e sim, é bem cara. Talvez o café com doces mais caro que já tomei. Segundo a esposa, vale a pena. A casa é antiga, faz doces desde 1858, e reza a lenda que reis e princesas faziam parada obrigatória por ali. Era o café preferido da Sissi...

Uma das atividades mais agradáveis de Budapeste em um dia de sol é caminhar nas margens do Danúbio. Como temos visto nas fotos, muito, ou quase tudo da beleza da cidade está posta de um lado ou outro do rio. Edificações, estátuas de bronze, e principalmente a vista da margem vizinha. Ou melhor, da ex-cidade vizinha.

A foto abaixo Vigado Concert Hall. A fachada está brilhando, perfeita, assim como a lindíssima fonte em frente. É mais uma das belíssimas edificações que ficam praticamente na margem do Danúbio. Fica do lado Peste, e é um ótimo lugar para dar uma paradinha depois da caminhada pelo calçadão, e claro fazer excelentes fotografias! A noite ele fica iluminado, claro, e também vale a visita.

A ideia da trip sempre foi de aproveitar a primavera europeia. Mas nas primeiras cidades, Paris, Bruges e Bruxelas, não foi bem assim. Já no leste, a começar por Bratislava, Viena e terminando em Budapeste, a primavera finalmente deu as caras. E abaixo está a prova: Uma pracinha super florida no lado Peste, de frente para o castelo de Buda.

Essa região que faz margem ao rio, de ambos os lados, é sempre limpa e organizada. Em geral as edificações são bem conservadas e estão em bom estado. Isso não acontece quando se entra mais para o coração da cidade, mas nessa região, está tudo em ordem. Muitos ambulantes vendem comida de topo o tipo em bancas de camelôs, conforme já falamos nos outros artigos de Budapeste. Não nos arriscamos, apesar de algumas bancas mostrarem produtos muito atrativos e coloridos.

Como Budapeste foi a nossa última cidade, a energia e disposição para visitar museus e efetivamente entrar em prédios históricos e culturais já andava seriamente abalada. Quase não fizemos isso em Budapeste. E creio que nem seja a essência da cidade. A sua beleza está mesmo na rua, nas fachadas, e principalmente quando uma cidade olha para a outra. Ou provoca, uma a outra. A Buda, e a Peste.

Abaixo o Gresham Palace, uma edificação em Art Nouveau lindíssima que hoje abriga o hotel Four Seasons. Super bem localizado em frente a uma praça. Vale a visita, e o restaurante também é muito bom.

Pegamos todos os dias ensolarados em Budapeste, apesar do vento cortante a partir da tardinha, que se intensificava de noite. Aí, só com manta e jaqueta. Mas durante o dia uma multidão de turistas de várias partes do mundo invadem as praças e os calçadões e bares que margeiam o Danúbio. O clima é muito bom, super alto astral e agradável. Se o sol aparecer, a dica é correr longe de museus e atrações fechadas, e correr para o Danúbio. É ali que a magia de Budapeste aparece!

Nas margens do Danúbio passa o trem número 2, o amarelinho sedutor que te convida para passear nele e ver Budapeste da pequena janelinha. Mas acabamos passando o convite, e posso dizer que foi um dos arrependimentos dessa estada. Apesar dos vários relatos de golpes em turistas nesse trem, ele tem tudo pra ser um dos passeios super agradáveis da cidade.

Com 96 metros de altura e capacidade para 8.500 pessoas, a Basílica de São Estêvão é um dos edifícios mais altos e imponentes de Budapeste. O interior é lindo  e luxuoso, e a fachada seu cartão de visita. Levou 54 anos para ser construída, em estilo neoclássico. É visita obrigatória, vale muito a pena.

Acima os simpáticos e imponentes prédios "gêmeos" abrem caminho para uma das pontes que ligam Peste e Buda. Elas ficam no lado Peste, e estão atualmente em merecida e necessária restauração. Muitos outros prédios da cidade deveriam seguir o exemplo...

As ligações entre Buda e Peste sempre são charmosas, não importa o estilo da ponte que leva de uma cidade para outra. Mas a ligação mais interessante é a da ponte Széchenyi Lánchíd, que chega na Praça Adam Clark. Tem trânsito bem forte, e leva diretamente ao Castelo de Buda.

É nessa mesma ligação que fica o funicular, e um túnel no lado de Buda. É o portal de entrada para as muitas atrações da região do castelo, que exige praticamente um dia inteiro (ou mais) para ver tudo com o tempo que cada atração merece.

O funicular é super bem localizado, praticamente em frente a uma das mais lindas pontes da cidade. De fácil acesso, oferece uma vista maravilhosa. Tem uma pracinha bem em frente, e numa das tardes de sol a turma da bike estava dando show de acrobacias. Vale a pena.

Não tenho dúvida de que o Parlamento é uma das edificações mais impressionantes da Europa. É de uma dimensão e imponência de deixar com inveja qualquer ponto turístico que seja colocado ao lado. Mas tem uma particularidade: Como está praticamente na margem do Danúbio, a pouquíssimos metros da margem, a melhor vista dele é do lado vizinho. E da lateral, e de cima, e de dentro... O Parlamento hungaro não pode ser descrito. Ele precisa ser visto!

E por falar em vista, embora a ideia desse artigo seja focar mais nos prédios históricos do centro de Peste, não tem como ignorar uma vista como essa acima, e abaixo. É a justificativa com provas de que Budapeste é uma cidade externa, uma cidade pra ser vista da rua, e principalmente perto d'água.

Como não poderia deixar de ser, vamos nos encaminhando para o final de mais um momento Budapeste com algumas imagens noturnas, que valorizam ainda mais essa linda cidade. É notório que existe uma forte preocupação para manter a cidade ainda mais linda durante a noite, com iluminações bem trabalhadas nos principais pontos turísticos da cidade. Na foto abaixo, o restaurante que aparece tem música ao vivo, e muitos dos clientes faziam um "pequeno baile" no meio da rua, dançando ao lado das mesas, mesmo com um vento gelado fazendo parte da festa.

A noite da Utca pode ser meio agitada, como já comentamos nos primeiros posts da série Budapeste. Mas se você não quer ser abordado pelos oportunistas enquanto caminha pela região central de noite, uma boa ideia é pegar um dos carrinhos abaixo, que ficam na entrada da praça Vorosmarty. Além de divertidos, são uma opção tranquila para apreciar o centro iluminado de Budapeste!

Encerramos com mais uma noturna mais esse pequeno relato de Budapeste. Teremos mais duas rodadas dessa instigante cidade, uma falando do Castelo de Buda, e outra falando da região das imponentes termais Geller e região do mercado público. Até mais!

Mais de Budapeste: Post I, Budapest Post II, Budapest Post IV

Imagens: Acervo Pessoal.