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    Foi Henry Ford

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    Então Henry Ford disse:

    “Como se explica que quando preciso apenas de um par de mãos tenha de lidar com um ser humano?”

    Alguém duvida que a maior parte dos problemas que ocorrem no mundo sejam decorrentes do ser humano, e sua complexa natureza? Temos nos esforçado. São milhares de anos de evolução. Milênios de sabedoria oriental, de pesquisa ocidental. São avanços tecnológicos inacreditáveis em todas as frentes, temos construído um mundo diferente, e um planeta doente. Henry Ford estaria orgulhoso dos carros de hoje, das máquinas de hoje, dos motores, de tudo. Mas apesar de todo nosso avanço, tem um fator que ainda não conseguimos controlar. O ser humano.

    Lá nas suas fábricas, quando Ford começou a criar os meios de transportes que até hoje nos levam onde queremos ir, ele pagava mais aos melhores. Buscava aos melhores. Henry Ford pagava o dobro, diminuía a jornada de trabalho. Ele tinha os melhores do mercado. Mas mesmo os melhores do mercado eram seres humanos. Nada, nenhum processo produtivo, nenhuma impossibilidade tecnológica, nenhum desafio espacial é mais complexo e paradoxal do que o ser humano. No ser humano nada é exato. Nada é preciso. Nada é sim, nada é não. As organizações de hoje ainda precisam pagar mais para ter os melhores, seja em dinheiro, seja em benefícios que mantenham seu “pelotão de choque”alinhado e em alerta. Nada mudou. E se Ford ainda estivesse no comando de uma grande corporação, ele ainda teria de repetir a frase lá de cima.

    Os maiores desafios da humanidade nunca foram as máquinas, ou a lua, ou os computadores. Os maiores desafios da humanidade sempre foram, e sempre serão relativos a própria humanidade. Seu pensamento paradoxal, sua contradição existencial. Nossas mentes vão e vem em uma ciranda sem fim, com o início correndo atrás do fim, e o fim sendo igual ao início. As mentes amam e odeiam, motivam e desmotivam, andam e param, conflitam sem saber porque. As mentes criam o que não vêem. Correm porque a ordem era caminhar. Caminham porque voar é mais fácil. O ser humano é o que é sem saber porque é, e muito menos o que é. Uma organização, qualquer que seja, sem um Recursos Humanos forte é acéfala, um robô desnorteado, seja a parte técnica boa o quanto for. O ser humano é paradoxal demais para simplesmente fazer o que precisa fazer.

    Então, eu concordo com Henry Ford.

    E-mail bomba!

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    “Severonildo, pega o documento e larga na sede”

    “Re: Aquilildo, tenho mais o que fazer, pega você, não sou teu secretário!”

    “Re: Re: Severonildo, todo mundo sabe que você fica fazendo fofoca o dia todo, faça algo de útil pela empresa”.

    “Re: Re: Re: Aquilildo, sem o devido respeito, vai-te a merda! Que todo mundo sabe que você corre que nem um maluco para todos os lados e não chega a resultado nenhum!”

    É bomba. Normalmente em discussão de e-mails como esta acima, temos gerentes, diretores e colegas copiados. Porque não tem graça bater em alguém se ninguém testemunhou. É aí que o outlook vira ringue.
    Uma das ferramentas de negócio mais revolucionárias da nossa geração, o e-mail, é também um dos maiores meios de transporte para discussões, intrigas, desentendimento e irritações. Em um mundo de negócios cada vez mais pressionado e tenso, turbinado ainda pela crise financeira do momento, as organizações e seus colaboradores andam no limite do equilíbrio. E o e-mail é uma excelente ferramenta para terminar de retirar o bom senso das pessoas, e provocar um efeito dominó de raiva e ataques interpessoais.

    Em menos de 15 dias, assisti de perto (e até participei, dessa vez copiado/de camarote) três eventos desse tipo. Um resultou em funcionário indo para casa no meio de expediente, outro em caso de quase demissão, e outro com direito a uns tabefes e demissão. Não necessariamente da minha organização, porque esse problema é geral. Com graus diferentes, também dependendo do tipo de pressão que a empresa (ou se nicho) opera, mas é geral.

    E não vai parar. Aliás, tende a aumentar. As novas gerações utilizam muito mais os canais virtuais, o que aumenta consideravelmente a quantidade de assuntos resolvidos por e-mail, portanto… Mais galo de rinha para os ringues! Adiciona-se a falta de tempo, problemas que exigem cada vez mais respostas rápidas, pressão, pressão, pressão…

    E para quem acha que nunca viveu isso eu pergunto: Nunca mandou e-mail bomba para uma namorada(o)? Esse problema não se resume ao ambiente de negócios, mas em todas relações interpessoais que caem na rede. E tudo hoje cai na rede.

    A solução é a mesma das discussões normais. Mais difícil por um lado, mais fácil pelo outro. É mais difícil porque sem ver a pessoa se perde metade ou mais da percepção do ênfase da palavra. A linguagem corporal as vezes diz mais do que as palavras, e a falta dessa visão torna muito mais dífícil o controle. O lado mais fácil é que o “contar até 10″ pode ser mais de 10. Ou pode ser um cafezinho… Ou chá gelado… O negócio mesmo é esfriar a cabeça, botar a bola no chão e lembrar que não existe vencedor numa situação dessas. O diretor, ou gerente copiado no e-mail nem se preocupa em quem tem razão, porque nenhum tem. E se tinha, perdeu quando entrou nesse jogo. O big boss só pensa uma coisa ao ler um e-mail bomba: “Onde foi que amarrei o meu cavalo!”
    baixaria@bomba.bum.gr

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