Épico.

Não há palavra que registre de maneira mais justa o show do Beatle Paul McCartney em Porto Alegre neste histórico 7 de novembro. Foram 3 horas não só de um show de rock, foram 3 horas que representaram a marca de um tempo, de uma era. Foi o entendimento de porque The Beatles foi e sempre será a maior banda de todos os tempos. Foi uma viagem no tempo, e foi a certeza de que o tempo só torna ainda mais fantásticas algumas das melhores músicas que já tivemos o prazer de ouvir.

Thank You, Sir Paul McCartney

Pouco depois das nove horas, em uma noite quente e linda como esse dia especial  pedia, o eterno, bem humorado e incrivelmente disposto Sir Paul abriu o espetáculo mais esperado da vida musical (e talvez não só musical...) de Porto Alegre com Venus and Mars Rockshow. Simpático como poucos artistas do seu nível (se é que existem tantos do seu nível), Paul flertava o tempo todo com um razoável português e brincava, e muito, com o público. Entre as clássicas canções que emocionavam o perplexo estádio, Paul sempre encontrava espaço para muitas caras e bocas, chamava o pública, dominava cada um dos milhares de expectadores com a sedução que só a maior banda do mundo teve, e que pelo visto Paul nunca perdeu. Paul nos lembrou, sem chance de esquecermos, quem foram, e porque foram, os Beatles.

Drive my Car, no quinto momento da Up and Coming Tour, incendiou o estádio, já surpreso com as reboladinhas e dancinhas protagonizadas pelo ídolo, causando histeria entre o público. E o gênio da música não se limitou a flertar com o português apenas, provou que fez o tema de casa e usou e abusou das particularidades locais, usando os clássicos “Mas, bah, tchê!”, “Trilegal” e o famoso “Ah, eu sou gaúcho” inúmeras vezes. A resposta do público era um misto de surpresa e felicidade, afinal de contas, era um Beatle conhecendo e praticando um pequeno pedacinho dos costumes locais. Um gentleman, Sir Paul, que ainda achou espaço, no final do show, para chamar ao palco duas garotas que pediam em cartaz um autógrafo para que pudessem tattooar o nome do ídolo no braço.

Ho Hey Ho da clássica Mrs Vandebilt, foi um momento mágico, uma celebração ao prazer de tocar que Paul mostrava no palco, satisfeito, feliz e cheio de energia. Praticamente não houveram intervalos durante as 3 horas de show do Beatle, que aos 68 anos de idade, 5 décadas de estrada dava show também de disposição e desempenho no palco. Ob La Di Ob La Da, tocada pela primeira vez no Brasil também se aliou aos momentos mais animados da noite, que ainda teve um show pirotécnico em Live And Let Die que fez o estádio entrar no clima para reverenciar uma das mais clássicas de todas as canções dos Beatles:  Hey Jude. Estava terminada a primeira parte do espetáculo, depois de duas horas e meia de clássicos.

Day Tripper, Lady Madonna e Get Back em sequência fizeram o gramado e arquibancadas do Beira-Rio se transformarem em uma pista de dança, e formaram o primeiro bloco de "bis" da noite. Mas a passagem de Paul McCartney por Porto Alegre ainda não estava encerrada, e Sir voltou para o segundo e derradeiro "bis" com o super clássico, e uma das mais marcantes músicas dos Beatles, Yesterday levando o público definitivamente à loucura, e preparando o encerramento do espetáculo, com Helter Skelter e Sgt Pepper. Era o fim, depois de 3 horas, de um dos maiores espetáculos da Terra.

Ho, Hey Ho. Thank You, Sir Paul.
Imagens: Portais Click RBS, UOL, Terra