Uma experiência.

Nada diferente disso é capaz de descrever The Wall, um dos maiores eventos já apresentados em nosso tempo. Roger Waters simplesmente trouxe de volta um dos grandes mitos da cena musical que conhecemos. A parede está de volta. Maior. Mais trabalhada. Com mais magia. Mas com a mesma essência que a tornou uma referência em espetáculos musicais.

Nada de show, nada de música, nada de efeitos especiais fantásticos. The Wall é a marca de um tempo, de uma era. Viver a experiência The Wall, é estar marcado por esse tempo. É viver esse tempo, de novo. Sempre disse, sobre a longa lista de shows vistos, que ela nunca seria completa sem Pink Floyd gravado nela. Por mais extensa que fosse, e é, sem Pink Floyd, ela não poderia ser finalizada. E até mesmo Roger Waters já estava nessa lista. Hoje, Pink Floyd ainda não está na lista. Mas a experiência, já foi vivida.

Porque The Wall inaugurou uma era no Pink Floyd, assim como o fez para todo o reino da música do nosso tempo. The Wall quebrou a marteladas o muro. The Wall quebrou, mas também construiu o seu próprio muro. Divisório. O marco. O lendário show. O mito. A grande parede onde martelos bailam em um reino psicodélico, marchando sobre porcos protestantes voadores, criaturas bisonhas e seriais, e aviões kamikazes. The Wall separou o universo dos shows, em antes, e depois da grande parede.

The Wall é tão grandioso, tão impressionante, que poderia até mesmo, não ter sentido algum. Mas tem. E tem muito mais do que muitos. Tem tudo e mais um pouco, como bem poucos. Seus gigantescos monstrengos, seus vermelhos martelos, seus milhares de tijolos gigantes que vem e vão, o porco voador, e todos seus elementos, e cada um de seus elementos, são densos. São complexos. São carregados de histórias, de mensagens, de protestos, de ações e revoluções.

The Wall é simplesmente uma obra de arte, que precisa ser lida, entendida, sentida, ouvida e percebida em toda a sua grandiosidade. E agora nem estamos falando de efeitos, de luzes, ou da mágica música de Roger Waters. Estamos falando da sua história, da sua missão, de toda a sua obra. De arte. The Wall.

Pink Floyd sempre foi, e continua sendo, uma meta. Um sonho musical. Já The Wall, era um mito do passado. Um feito vivido por felizardos seres de um antigo momento. Ter a oportunidade hoje, de reviver essa experiência, e com todos os avanços que a tecnologia atual permite, foi um presente inacreditável dos deuses da música. Em tempos que os dinossauros da música estão cada vez mais presentes no nosso quintal, em tempos em que as viagens exclusivas para shows vão ficando em um passado distante, The Wall se soma ao milagre musical McCarney, como um dos eventos inimagináveis que os amantes da música do nosso tempo tiveram a oportunidade de viver.

The Wall constrói e destrói. Abala, seduz, hipnotiza, The Wall não só faz o tempo parar, o faz dobrar, quebrar e retornar. Tijolo por tijolo. Falar do show? Do set list?  Dos melhores efeitos? Do porco, do avião, do muro? Dos momentos mais impressionantes? Narrar a emoção da música preferida, do efeito mais arrasador? Esquece. Não se aplica. Não com The Wall.

O Tiranossauro Rex dos grandes shows renasceu e marchou sobre o mundo da música com seu inesquecível martelo em punho, carregando consigo suas crianças e amassando os impiedosos professores. The Wall é o evento. The Wall é a experiência. Não há como narrar, não há como descrever. The Wall é The Wall. O mito. A lenda. The Wall não é para ser visto, muito menos para ser contado. The Wall é para ser vivido. A experiência.

Pra quem não foi, segura aí, uma amostrinha da experiência: