Como sempre, as coisas são deixadas para a última hora. E assim foi na questão do ap da Capitolândia, quando Cresponildo, Gorducho e eu saímos da tranquilidade de casa para encarar a tal da faculdade. As aulas começavam meados de março. E já era dia primeiro de março e ainda não tínhamos onde morar. Então do dia para a noite achamos esse ap. Cheio das particularidades, todo mobiliado e com um estilo nada convencional. Era no coração do centro, um movimento maluco, mas bem localizado perante os endereços dos amigos e futuros colegas. Fomos lá para a Capitolândia fazer o contrato e ficou acertada a data da entrada: Na segunda-feira, uma semana antes do início das aulas, para efeito de deixar mês fechado no contrato. Mas como as aulas só iniciavam na semana seguinte, falamos que iríamos na sexta.

Eu quis aproveitar as férias até o último minuto. Só iria no domingo. Mas os guris resolveram organizar as coisas antes e pegaram o trem ainda na quinta-feira. O trem bala leva 6 horas até a Capitolândia, e chegava as 5 da manhã. Então chegaram ao novo lar as 5 meia, cansados e loucos por uma cama. Contam eles que ficaram quase 1 hora, com todas as malas e caixas adequadas a uma mudança de casa tocando a campainha e batendo na porta. Eles tinham a chave, a chave abriu, mas a porta ainda tinha uma tranca interna, que curiosamente estava fechada. O ap já estava a nossa disposição, mas como falamos em chegar na sexta poderia haver alguém ainda lá. Apesar que ele já estava desocupado...

Finalmente alguém veio abrir a porta. 1 hora depois, quando os guris já estavam imaginando chamar um chaveiro. E quem abre a porta, toda se desculpando era uma moça enrolada em uma toalha. Toda sorridente e surpresa pela inesperada visita. Se desculpou por estar ainda lá, lembrou que tínhamos falado que só chegaríamos um dia depois, e voltou para o quarto. Os guris ficaram na sala esperando, como ela disse, "a vontade". Eles se jogaram no sofá, ligaram o rádio, mas não puderam deixar de ouvir os sons que vinham do quarto. Ora, era a filha do dono do ap, mandando ver com alguém lá dentro! E seguiram mandando ver até as 8 da manhã...

Depois de terminada a festa, saíram do quarto que seria o do Cresponildo, se despediram tranquilamente dos guris, e deixaram o 302 já deixando a chave... Aí sim os guris foram vistoriar os quartos, se acomodar e dormir um pouco. Como o ap estava vazio, lá estava o divã em pêlo, onde o casal fazia a festa, apresentando algumas manchinhas que acompanharam aquela fantástica peça da mobília pelos 2 anos que lá estivemos. O divã era a própria cama daquele quarto. Um divã de casal, grande, confortável, e manchado... Minha dúvida sempre foi: Será que naquela primeira leva de malas e caixas, o Cresponildo tinha alguns lençóis para cobrir o divã?