Com o termômetro na Gripe A.

Ela começou assim. Toda midiática. Uma pirotecnia midiática. Assombrou o mundo, e depois revelou uma face menos sombria. Será? Em alguns países nem chegou a ser sensação. Em outros, assombrou geral. Chegou a fechar cidades. E então chegou no Brasil, em pleno inverno.

Por aqui ela foi chegando devagarinho. Começou como visita, presente apenas em quem vinha de fora. Mas não demorou, se tornou da casa, e agora já anda por aí por conta própria. Não tem mais o que vigiar. Antes tinha, mas não foi feito. Se alguém acha que foi feito, é porque não foi a aeroportos. Eu fui. Não havia vigilância não.

Então ela começou a encrencar, e o governo brasileiro a delirar. Quando devia abastecer a população de remédios, escondeu eles. Controlou, e não libera. Se você acha que tendo os sintomas dessa gripe, vai ir ao hospital e sair medicado... Surpresa: Não vai. Vão esperar que seu estado agrave, para aí sim medicar. E talvez não dê tempo. É assim que está. E se acha que não, ligue para o seus conhecidos que trabalham em hospitais. Hospitais? Aí vem o bobão da TV dizer que está tudo sob controle, tudo preparado para atender a população. Adivinha? Não está não. Nas emergências, estão todos juntos. Quem quebrou o braço, com os gripados. Acha que não? Vai lá conferir. Eu estive lá. Não estava gripado, e fui parar no meio deles. Claro que não fui atendido, porque o hospital estava o caos, nada funcionava. Parecia um hospital no meio de uma cidade em guerra. Civil. Estou falando em dia de semana, horário comercial. E não era um hospital de referência para a gripe.

Aí mandam um infectologista explicar que se liberar o remédio nas farmácias, as pessoas iriam tomar quando não devia e o vírus acabaria ficando resistente. Claro, porque o mundo não pensou nisso antes. Só os gênios brasileiros pensaram nisso. Gênios. Fizeram isso porque provavelmente não há remédio suficiente, está na cara. Se fosse para controlar, controla então. Passa o procedimento para controle similar ao de faixa preta. Segura a receita, pega a identidade. Fácil. Os países desenvolvidos tem remédios para todos. Nós não. Ei governantes, só para avisar, vocês são pagos para isso. Protejam seu povo, porque são pagos para isso. Se não conseguem, contratem alguém inteligente para fazer isso.

Aí dizem que a mídia toda é para vender remédio. Talvez seja, mas tem gente morrendo. E não são os números esses que aparecem nos jornais. Qualquer um que tenha pelo menos um contato dentro de hospitais sabe que o número de mortes é absurdamente maior. Não o dobro. Não o triplo. Muito mais. Muito mais. Depois de tanta burrada, mentem para evitar o pânico. Será que eles esqueceram que precisam é evitar mortes? Azar do pânico, desde que ninguém morra. Mas sem medicar as pessoas que não estão em estado grave, com um atendimento porco, ridículo, e mentindo para evitar o pânico, não se resolve nada. Se poderia haver pânico, a culpa é do governo que retirou os remédios e não preparou os hospitais para isso. Agora que já fizeram tudo errado, que permitam o pânico. Fechem uma semana as cidades mais atingidas e acabem com a dissiminação do vírus. Sete dias depois, voltaríamos ao início. Casos conhecidos, vírus fora da rua. Quando voltar para a rua, se foi o inverno. E isso muda tudo.

Tempos atrás escrevi um artigo chamado "A ferro e fogo". Era sobre os comandantes do nosso Brasil. Eu acreditava que com ferro e fogo, dava. Dá não. Precisa inteligência também.