Existe uma grande confusão na relação do ser humano com o planeta Terra, que está muito antes do absurdo que temos feito com ele. A confusão é a pretensão com a qual nos referimos ao planeta: Nosso planeta. Nossa Terra. Nossa? Não, a Terra não é nossa. Nós é que somos do planeta Terra. Nós é que pertencemos a ele. Estamos aqui de passagem, e é uma passagem tão breve, tão ridiculamente pequena perto dos demais habitantes que já estiveram por aqui que chega a ser patética a nossa pretensão com relação à Terra.

Mil, dois mil, 5 mil, 10 mil anos e nada são exatamente a mesma coisa, para a medida de tempo do planeta. Nossa existência mal começou, e já fizemos tanta besteira que o planeta precisou tomar medidas imediatas com o ser humano. Imediatas sim, praticamente instantâneas no tempo da Terra. Nessa faísca de tempo que aqui estamos fizemos um estrago tão grande que colocou o próprio planeta em risco. Acelerou de forma absurda seus ciclos e agora vamos assistir as consequências da nossa total irresponsabilidade, prepotência e burrice.

O planeta azul perdeu a paciência, e qualquer observador com o mínimo de senso percebe o que nos espera logo ali na frente. Tsunami aqui, terremoto ali, furacão acolá, aquecimento global, degelo... Praticamente toda semana se observa alguma coisa fora da normalidade que conhecemos, os ciclos dessas manifestações da natureza estão cada vez menores. E a nossa fragilidade é tão gigantesca frente a uma manifestação do planeta que só vem a confirmar o quanto somos pretensiosos frente ao espaço maravilhoso que nos foi concedido para viver. Teorias e previsões catastróficas existem muitas. E muitas delas a curtíssimo prazo. É bem verdade que estamos falando do tempo do planeta, e o tempo do planeta pode ser uma eternidade para nós, seres humanos. Mas os sinais deixam claro que o acerto de contas está próximo, os sinais apontam para a reprovação do nosso comportamento ainda nessa geração. Não estou falando em fim do mundo em 50 anos, não é isso. Mas é bem provável que nossas preocupações deixem de ser dinheiro e poder a curtíssimo prazo, e passem a ser sobreviver com as dificuldades e manifestações ambientais que nós mesmos criamos (ou aceleramos violentamente). Já fica difícil dizer: Faça a sua parte. Talvez nesse momento isso fizesse algum sentido se fosse em uma reunião com todos os presidentes do mundo. Tenho minhas dúvidas se algo menor faria alguma diferença, neste estágio que nos colocamos.

Nós da Terra pisamos na bola. Nós da Terra fracassamos em cuidar da nossa própria casa. E cuidar significava apenas não estragar o que já era perfeito. E conseguimos estragar. Tudo. O que vem a seguir? Quem duvidar assista, porque infelizmente é bem provável que já na nossa geração as cobranças vão chegar.




Talvez ainda haja luz para o ser humano aqui na Terra, mas é apenas talvez. E um talvez bem pequeno, do tamanho da nossa existência por aqui...