Domingo a tarde. Faz sol na capital, a temperatura é agradável e no gramado os times fazem aquecimento. Enquanto isso, nas arquibancadas, seja em jogo vermelho ou azul, as torcidas organizadas ou comuns aquecem as cordas vocais com o hino. Mas não é o do clube, nem o do país. É raro o jogo em que não é cantado, com todo orgulho, o hino do Rio Grande do Sul nos estádios gaúchos. Muitos dizem que é bairrismo, outros que é exagero, outros ainda simplesmente não entendem ou acham desnecessário. Opiniões. Cada um tem a sua. Assim como cultura, cada um tem a sua. Cada povo sabe da sua própria história, cada povo entende, lembra e reage frente a todo o processo que precedeu sua formação. Como foi forjada sua família, sua educação, enfim, o conjunto todo que forma sua cultura. Independente das opiniões, é inegável a beleza de um estádio lotado entoando o hino de seu povo, um hino que evoca sua história aguerrida, de valores e bravura. Inegável que existe bairrismo, assim como existe nos Estados Unidos, especialmente no Texas, assim como existe em n partes do mundo, e também do Brasil. Alguns estados se dizem mais espertos, outros mais trabalhadores, outros dizem saber viver melhor. Cada um defende sua história, cada um vive como aprendeu e como sabe. O importante é que o Brasil é gigante, e gigantes como ele são as culturas aqui somadas, e cada modo de viver, as vezes muito particular, as vezes nem tanto.

Neste 20 de setembro, assim como em todos os outros, a cultura deste estado sulista vai para rua, invade os parques, as praças, as  avenidas, com toda sua particularidade e orgulho. Claro, existem os tradicionais exageros, que vão desde a consideração do pôr do sol do Guaíba como um dos mais belos, até pensar que os carros emplacados aqui devem valer mais do que os que vem de outros estados. Existem os exageros, mas também existe a beleza do amor a sua própria terra, a sua própria história. Existe a beleza de um povo que cultua seus costumes mesmo fora de casa, a ponto de outros estados terem tantos centros de tradicionalismo quanto o próprio Rio Grande. Esta é a beleza desta cultura, forjada nos campos e nas suas conquistas e brigas. Esta é a beleza do chimarrão e do churrasco, da bombacha com a a guaiaca. Esta é a beleza do gaúcho, trovando a frente da fogueira. Esta é a homenagem da Artigolândia nesta data tão importante ao gaúcho. Sirvam, nossas façanhas de modelo a toda terra.

Como a aurora precursora Do farol da divindade Foi o 20 de Setembro O precursor da liberdade Mostremos valor constância Nesta ímpia e injusta guerra Sirvam nossas façanhas De modelo a toda Terra De modelo a toda Terra Sirvam nossas façanhas De modelo a toda Terra Mas não basta pra ser livre Ser forte, aguerrido e bravo Povo que não tem virtude Acaba por ser escravo Mostremos valor constância Nesta ímpia e injusta guerra Sirvam nossas façanhas De modelo a toda Terra De modelo a toda Terra Sirvam nossas façanhas De modelo a toda Terra