Sabe aquelas lendas urbanas, aquelas, quase como piada de português, que todo mundo conta, depois diz que é brincadeira, mas no fundo todos acham que tem uma certa verdade? Pois então. Na semana passada andei lá pelos lados das Minas Gerais a trabalho, e por lá sempre tem aquele café com pão de queijo e muitas histórias, que mineiro é bom de papo barbaridade! Então, na segunda rodada de café, enquanto a turma do charuto recarregava a fumaça, um velho colega de trabalho lembrou de uma história que poderia ser perfeitamente uma piada. Mas não era...

A conversa de pé de ouvido, não há dúvida, é o principal meio de comunicação interna nas organizações, seja qual for o tipo ou tamanho da organização. Até para o vendedor de picolé que trabalha sozinho a fofoca é o principal meio de propagação das notícias, sejam elas da natureza que forem. Claro que isso tem consequências, as vezes nem tão boas, mas é fato que poucas pessoas resistem a aquele comentário desnecessário, que parece dar prazer ao comentarista cruel. Uma fofoca quente é tipo chocolate, é totalmente dispensável, mas todo mundo tem um na gaveta.

Eram duas gêmeas, uma diretora de recursos humanos, outra financeira, uma solteira, uma casada, e todos na mesma empresa. Era uma empresa grande, com índice de recursos femininos bastante elevado, e com operações por todo país. Em certo momento, começou a florescer nas conversas de pé de ouvido, rumores de que o marido da diretora financeira estava de olho em outro cofrinho. E estava. E a diretora de recursos humanos, claro, com acesso e ouvido a todos, acabou sabendo e confirmando que a fumaça na verdade era fogo, e dos bem quentes. A essa altura o circo já estava posto em toda organização, e a única que continuava mesmo sem saber de nada era a própria, a proprietária do novo acessório. Usando de toda sua habilidade, a maninha da premiada conseguiu que o caso fosse abafado, baseado na promessa de que o evento caliente não voltasse a acontecer. Tudo belos belos sobrinhos, também gêmeos, e pela felicidade da maninha. Após muito esforço e negociação, toda a situação controlada e resolvida, a diretora financeira, gêmea idêntica da diretora de RH, se prepara para uma reunião, enquanto a secretária chega para servir o cafezinho: E então, resolvida aquela questão do marido pulador de cerca da tua irmã? Quem diria, aquele teu cunhado...

É, quem diria. Mas não é cunhado, é meu marido, pelo menos era até agora...