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    Porto Vecchio é a terceira maior cidade corsa, mas como você deve imaginar, isso não significa muita população. São pouco mais de 11 mil corsos morando na cidade, perdendo para a capital Ajaccio e Bastia. Para nossos padrões, quase nada. E realmente é uma cidade bem pequena, para uma visita de poucas horas.

    Como já comentamos no artigo geral da Córsega, optamos por fazer um roteiro mais enxuto nessa ilha, diminuindo a quilometragem rodada e concentrando em bonifácio. Mas de lá até Porto Vecchio, era apenas meia horinha, então acabei mantendo prontidão pra dar uma escapada até essa cidadezinha.

    Como é bem provável que você entre na Córsega via sardenha, ou seja, porto de Bonifácio, o pulinho em Vecchio acaba viabilizado por uma praia. Sim, uma das praias mais lindas da Córsega fica coladinha nessa pequena cidade. Então saímos de manhã para a praia, e lá pela meia tarde fomos almoçar em Vecchio.

    A cidade é bem organizadinha, tem uma aquitetura já bem diferente de Bonifácio, com tijolinhos na maioria das edificações, ao contrário daquel massa amarelada que vale tanto pras residências dos sardas quanto de Bonifácio. Super limpa, mas com um tratamento ainda mais seco do que Bonifácio. Considere-se num misto de interior da França com pitadas fortes dos Corsos. Lembrando que a língua sempre será uma dificuldade na Córsega, que tem um sentimento de separatismo forte, e sempre que possível ignora o francês (que já é um problema) e fala corso (o mais italiano dos dialetos, aumentando o problema). Não espere ser super bem tratado.

    Não se vê na cidade grandes sintomas da crise econômica que é uma constante na ilha, ne se tem contato com aquela mitológica Córsega que se tem normalmente, de pastoreio e especiarias do campo e das suas montanhas, oriunda das pequenas propriedades familiares.

    Tirando o tempo de refeição, dá pra curtir a cidade tranquilamente em 2 ou 3 horas. Tem estacionamento logo na entrada da cidade, mas o problema de estacionamento não é tão sério quanto em Bonifácio. Então, pode rodar por lá tranquilamente. Se vale a pena ir? Diria que sim. Até porque, fora a beleza absolutamente única e monumental de Bonifácio, uma das coisas mais bacanas da Córsega é rodar pelas suas estradas, paisagens… E indo a Vecchio você vai ter isso, embora em um trencho não tão deserto quanto outros destinos mais profundos pro centro da ilha. Era isso que procurávamos, ter o gostinho de rodar pelas montanhas corsas, mas sem ter que precisar pedir informações a pastores que só falam corso. Passeio de pouca aventura.

    Imagens: Arquivo Pessoal
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    É claro que quando se fala em Sicília, a primeira coisa que vem a cabeça, é máfia. Que vem associada a tensão, e fique longe daqui. Então. Não cheguei a estudar se hoje ainda exista essa questão de máfia, e algo parecido com a mitologia que conhecemos. Mas, pra turistas, a Sicília é tão igual na questão de segurança, quanto qualquer outro canto da Itália. Pequenas cidades absolutamente seguras, e Palermo, como qualquer outra cidade grande, requer cuidados. Portanto, deixemos a máfia siciliana pra trás, e vamos a essa maravilhosa ilha!

    O fato é que, a Sicília é uma ilha enorme, grande mesmo, e tem atrações maravilhosas. E variadas. Natureza exorbitante, praias lindíssimas, história, monumentos, fortíssima arqueologia, gastronomia simples mais deliciosa e peculiar, e sim, certa facilidade de operar como turista. Vou arriscar, como descendente quase exclusivo de italiano, e já bom conhecer desse país, que, sim, a Sicília é visita obrigatória na Itália.

    A ilha é uma região autônoma dentro da Itália, tem cerca de 25 mil km2, o que é bem grande, e pouco mais de 5 milhões de habitantes. Tem um vulcão ativo, o Etna, e é a principal ilha do Mediterrâneo. A diversidade de culturas é uma riqueza da ilha, já que a posição estratégica sempre foi disputada pelas múltiplas civilizações da região.

    Sicília, a Ilha como Ela é. O Básico.

    Para conhecer a Sicília adequadamente, você precisa estudar a ilha minimamente. Mesmo assim vai cometer erros. O material não é farto, sobre o turismo na ilha, então pesqiuse bem. Eu mesmo entrei em algumas frias (caras) por dicas furadas. A primeira delas é: Entenda as cidades e suas atrações, e tente esquecer o lógico, que é conhecer a capital. Palermo é osso, e não tem nada que valha a pena realmente. Se quiser ir, 2 noites sobram.

    Pesquise as pequenas e lindas cidades. E elas são diferentes, mesmo. Vou falar das imperdíveis, na ordem: Taormina é a princesa. A mais linda, impecável, de tirar o fôlego e a mais agradável da ilha. Savoca, a cidade do Poderoso Chefão, vem de brinde, fica ao lado. Siracusa, peculiar, histórica, interessante demais. Imperdível. Agrigento foi escolhida pela histórica. Templos gregos tão perfeitos quanto os de Atenas estao pela cidade toda, que tem seu próprio vale dos Templos. Catânia nos serviu somente de aeroporto de chegada, é uma antiga e grande cidade portuária. Não visitamos. Trapani, Lípara, Ragusa e Noto parecem muito interessantes, mas também não fomos.

    Como comentei, a ilha é grande, e a menos que você fique uns 20 dias por lá, vai ter que fazer escolhas! Ou, o que eu já não aprecio mais, passar um dia em cada cidade, em uma corrida maluca. Se entrar via continente, provável que passe por Messina, a porta de ligação com o continente. De qualquer maneira, são muitas cidades com peculiaridades que vão exigir que você estude elas pra saber o que prefere ver.

    Objetivando, o que eu fiz, e o que deveria ter feito. O que fiz: 3 noites em Taormina, 2 em Siracusa, 2 em Agrigento, 3 em Palermo. O que eu faria hoje: Manteria as 3 de Taormina, aumentaria Siracusa para 3 noites e com isso visitaria Noto no bate e volta, manteria as 2 em Agrigento e Palermo só deixaria se usasse o aeroporto pra chegada ou saída. O mesmo pra Catânia. Uma noite ou duas na cidade grande de entrada. Acrescentaria Ragusa na conta.

    Então, quanto tempo ficar? No nosso roteiro, foram 10 noites, tur tranquilo, mas bem preenchido. Pra conhecer a ilha toda, 20 dias. Mas não creio que valha a pena uma viagem especial só pra Sicília, falando para brasileiros. Então manteria uns 9 ou 10 dias nesse roteiro de melhores cidades, e caso se tenha menos tempo, concentre-se em Taormina e Siracusa.

    Quando visitar a ilha. Sendo uma ilha meditarrânea, nem preciso dizer que tudo está no litorial. Todas as cidades que falamos são costeiras. Portanto, praia. Água linda, visuais de arrebentar. Pela lógica, opte por uma temporada mais quente, pra aproveitar isso tudo. Fomos bem no início de junho, e a água estava fria. Mar, nos primeiros dias, foi com neoprene leve. Tinha valentão no pêlo, mas não era agradável não. O sol é fortíssimo, protetor solar é fundamental.

    As distâncias não são tão grandes, as estradas são ótimas, o visual excelente, e você precisa de um carro. Não tem como viajar na Sicília sem locar um carro. Usamos a rentacar e foi tudo ótimo. Só segui uma dica furada de uma blogueira tonta e deixei pra fazer o seguro lá, na agência. Me custou mais caro que a locação. Faça tudo on line. Vou te contar, dica específica, e ao contrário. De 10o a 200 km são as distâncias entre as cidades. Se for a Palermo, vá de trem. Agrigento Palermo custou 9 euros por pessoa. De graça. Não dá pra andar de carro em Palermo e ser feliz ao mesmo tempo. Escolha uma alternativa.

    Quanto a compras e preços, muita calma. A Sicília não é rica. Muito pelo contrário. É bastante simples. Então esqueça de fazer aquelas compras de marcas internacionais pelas cidades sicilianas. Não vai rolar. No caminho entre Siracusa e Agrigento, tem um super outlet. é só googlar e ele estará lá. É gigantesco, e tem todas as marcas. Os preços? De tudo. Coisas vantajosas, outras não. Mas não é aquela barbada de Miami não. Compramos coisas bacanas a bom preço, sim. De graça, não.

    Não espere barbada na hotelaria siciliana. Nessa trip, faziam companhia a Sicília as outras ilhas da Sardenha e Córsega. Pensei qua a Sicília seria a barbada da hospedagem. Ledo engano, foi onde mais gastei em custo/noite de hospedagem. Mas sim, foram ótimos hotéis, valem o custo. A única vantagem é que como você certamente estará de carro, as distâncias não são tão relevantes nessa escolha.

    Além das paisagens deslumbrantes, da arqueologia, paculiaridades, riqueza cultural, cores e perfumes, praias, da mitologia e história, a Sicília tem outro ponto absolutamente relevante: A gastronomia! Nada hiper sofisticado, pratos rebuscados servidos no requinte total. Não. Falo de sabores. De cores, de comidas particulares da ilha. Não da Itália. Da ilha. Afinal, eles são sicilianos…

    Sempre tive, desde a infância, uma loucura por pistache. E lá, tem festa de pistache. No doce, no lanche, no molho, qualquer coisa, pode ter pistache. Prato acima? Molho de pistache! Refeição do hotel, que era um semi resort, com um vista maluca pro vale dos templos, em Agrigento.

    O que você precisa provar na ilha: Arancini, bola de risoto frito co recheio de bolonhesa. Nossa coxinha.  Cannoli, feito de uma massa em cone com recheio de ricota doce. Pan com panelle, típico de Palermo, é um pão com massa frita de grão de bico. Pesto alla trapanese, uma variação do pesto tradicional. O brioche com sorvete, e claro, a pizza e o expresso! E um sanduichão maluco chamado muffuletta. Os doces são um caso a parte. Além dos já citados, nas cafeterias você acha uma infinidade de coisas com os nomes mais criativos e recheios variados. Pistachielle, por exemplo. Prove a varrer, depois se acerte com sua nutricionista na volta!

    Imagens: Salvo mapa da Sicília googlado, demais fotos Arquivo Pessoal.
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