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    Dizer que Bora Bora é irreal está correto. Dizer que Bora Bora é o paraíso, também está correto. Mas dizer que Bora Bora é a única da Polinésia, aí já não vale. Lá também existe uma segunda princesa…

    Ainda no avião, a sensação de estar chegando a um dos lugares mais lindos que conheci já começava a aparecer. A vista aérea do Arquipélago da Sociedade tira o fôlego mesmo antes de notar as cores do mar polinésio, é impressionante. O verde esmeralda da região dos corais que circunda as ilhas, contrasta com o azul puro do mar profundo de um lado, e a vegetação da ilha do outro lado deixa qualquer turista “de boca aberta”, ainda antes do pouso. Além das águas e dos bungalows, a vegetação de Moorea também se faz valer na paisagem. O aeroporto é minúsculo, assim como o avião que leva 10 minutos desde Papeete. Em Moorea não existe o anel de corais como em Bora Bora, então os resorts ficam na ilha principal mesmo. No transfer, o clima de paz de Moorea já vai se instalando, enquanto se aprecia a linda paisagem no entorno da florida via que circula toda a ilha, até chegar no Moorea Pearl Resort.

    Assim que chegamos ao Resort, fomos nos encaminhando à recepção fazer o check in. Errado. Em Moorea, o check in é que vai até você. Toalhas de mãos úmidas e perfumadas, limonadas geladas, e atendentes fazendo o check in por você. É assim que começa a paz na Polinésia. O hotel estava tão silencioso, que induzia a cochichar ao invés de falar. Ninguém queria poluir a tranquilidade que o lugar passava. Barulho mesmo, somente dos pássaros e do leve vento na farta e bem cuidada vegetação do hotel. De costas para uma maravilhosa montanha, o Moorea Pearl Resort não chega a ter instalações super luxuosas como seu irmão de Bora Bora, mas não fica devendo absolutamente nada em conforto e beleza. A recepção toda, assim como o restaurante e o bar, não são edificações pesadas e fechadas, como em hotéis tradicionais. A estrutura toda flerta com madeira e palha trançada, leve e envidraçada, valorizando e se integrando com a beleza natural. Os ambientes são cuidadosamente integrados, e após entrar no resort, o corredor principal revela a piscina de borda infinita que assim como em Papeete, se confunde com o mar.

    Mas quem quer ir para a piscina, com uma praia de água cor esmeralda logo ali, cercada de bungalows? Muitos. Mas não nós. Moorea é definitivamente território francês. Poderia arriscar tranquilamente que mais de 70% dos hóspedes eram franceses. A maioria em lua de mel, claro. Os bungalows são espaçosos, alguns a beira mar, outros sobre as águas, e outros no jardim mesmo. Os do jardim, tem uma pequena piscina privativa. E em Moorea até existe um prédio, com quartos, o que não acontece em Bora Bora, que só tem bungalows. Espreguiçadeiras charmosas convidam o tempo todo para uma sessão “aprecie o paraíso sem pressa alguma”, e é isso mesmo que se faz em boa parte do tempo em Moorea. Com poucos habitantes, a ilha é toda bonitinha e bem cuidada. Perto do nosso resort, lojinhas, mercadinhos e claro, lojas de pérolas. Caminhar pela avenida circular é muito agradável, e quem quiser circular sozinho, aluga um jeep ou uma pequena moto. Não parece que valha a pena, pois os lugares legais não são tão intuitivos de se localizar. O legal mesmo é comprar um safari de meio turno, suficiente para conhecer todas as maravilhas naturais da ilha.

    Alguns dizem que a paisagem do Moorea Pearl é prejudicada pela presença dos bungalows, que ficam na frente de todo o resto do hotel. Eu já discordo, e tomo as lindas cabanas como parte não só integrante, como fator de beleza da vista do mar. A praia de corais é pequena, isso é verdade, e ficando do lado esquerdo do hotel, um píer público faz companhia. Ponto negativo. No mar, o tênis próprio que se vende por lá, com sola de borracha é bem vindo. Ouriços estão bem presentes, e um dos hóspedes franceses teve o desprazer de conhecer um mais de perto do que gostaria. Aconselho a comprar um desses tênis em uma das lojas ali por perto (no hotel é bem mais caro), e usar sempre dentro d’água. Para nadar a praia privada do hotel não é muito boa, já que o trânsito de jet ski é grande, e a parte de praia protegida deles é pequena.

    Nosso bungalow em Moorea era de jardim, a 3 metros da água. Bem equipado, o bungalow sempre trazia algum presente. Vinho local, pérola negra, especiaria de lanche… Alguns deles já definidos no próprio pacote. A “noiva de mel” naturalmente estava sempre a postos esperando o brinde do dia. O café da manhã era até demais. Nosso pacote oferecia café americano, e fazia muito jus ao nome. Engordei na viagem, algo totalmente inesperado. Culpa dos excelentes restaurantes dos hotéis. O sol chegava cedo, e a diferença de 7 horas no fuso ajudava a pular bem cedo da cama, aproveitando bastante a manhã. As sessões de fotos auxiliadas pelo tripê que todos nossos vizinhos invejavam eram parte do dia. No primeiro dia, o encanto pela beleza do local faz você pensar se 18 gigas de memória serão suficientes para as fotos e filmagens.

    A integração entre mar quase perfeito, e beleza natural estonteante é maior em Moorea do que em Bora Bora, tanto pelo tamanho bem menor do resort, quanto pela montanha nas costas dele. Você transita muito na parte verde, nos intervalos entre os intermináveis momentos deliciosos nas espreguiçadeiras. Mas o sol de outubro ia embora sempre cedo, as 18:30 a água já estava fria demais para mergulhar. Os peixes coloridos estavam por toda a parte, e nem se importavam com a nossa presença. Cardumes imensos ficavam na divisa entra a água rasa do coral, e o azul profundo. O mergulho é maravilhoso e fácil, pelo menos antes de conhecer Bora Bora. Não chegamos a visitar outros hotéis de Moorea, mas é bem possível que outras opções tivessem uma condição melhor de mergulho, com uma praia esmeralda um pouco maior. Vale a pena pesquisar, sem esquecer que o Pearl foi impecável do início ao fim da estadia.

    É possível comprar pérolas já prontas para colares no próprio hotel, mas de um pessoal que vem vender perto do bar. Na loja do hotel mesmo, é bem mais caro. Mais uma vez retomo a questão da meia pensão, que em Moorea não chega a ser vital como é em Bora Bora, porque tudo ali é muito perto e fácil de ir. Mas não sei se vale a pena sair. O restaurante do hotel é fantástico, cozinha francesa, pratos bem servidos e muito bem trabalhados no visual. Sem contar a vista para o mar, ou para a piscina. Todo o restaurante é aberto nesses lados. Existem poucas opções no cardápio, é verdade, mas são mais do que suficientes, até porque o normal dos pacotes sugere 3 noites em Moorea. Para almoçar sim, vale a pena sair do hotel ou fazer um mercado bem prático.

    Em todas as ilhas da Polinésia existe uma gama enorme de passeios, por terra, ar e mar. Mas é bom escolher bem, até porque, o tempo é curto. Alguns conhecidos paulistas fizeram o passeio de jet ski em Moorea, gostaram. Mas como a própria agenciadora do hotel confirmou, em Moorea o bom é fazer um safari, já que a área verde da ilha é muito linda, e deixar o passeio em água para a inacreditável Bora Bora. Foi o que fizemos. Pegamos um passeio no hotel mesmo (pra minha surpresa, era com uma empresa terceirizada, que era mais cara contratando direto do que comprando o pacote no hotel), meio turno em camionete com grupo pequeno. Meio turno sempre é suficiente pra qualquer passeio em qualquer ilha, até porque, você precisa aproveitar seu hotel.

    O safari passa pela “Montanha Mágica”, que tem uma vista realmente mágica mesmo. É possível ver os corais ao redor da ilha lá do alto, e a própria subida já é uma aventura! A vista é quase aérea lá do topo da montanha. O Belvedere também tem uma vista incrível, mas mais pro lado verde da ilha. O safari ainda conta a história da ilha através de visitas bem comentadas pelas ruínas de sacrifícios, em meio a uma mata com árvores bem peculiares. Nem vale tanto a pena, mas a história é interessante. Já as plantações de ananás (a grande fruta da ilha) tem uma paradinha estratégica para provar o doce do “abacaxi local”. Claro que depois vem a parte comercial, com visita a loja de pérolas (aqui decepcionou, já que esperava conhecer uma “fazenda”de pérolas). Valeu pela história bem contada pela vendedora da loja, sobre as mil e duas particularidades das pérolas negras polinésias. Quem gosta de licores, vai se divertir na degustação, também em loja de bebidas típicas. Estufas de flores fizeram parte do passeio, que deve ser preparado com protetor solar, repelente de insetos e água, além das máquinas fotográficas, tripé e filmadora, claro.

    Moorea impressionou desde o início, uma ilha sublime, recheada de encantos e maravilhosas surpresas. O paraíso existe, e Moorea foi certamente o último esboço antes da arte final. É, é isso mesmo que eu quero dizer. Moorea é inesquecível, e seria perfeita, não fosse o fato de que quem vai lá, em seguida, vai para Bora Bora… Porque aí sim, o paraíso chegou as suas linhas finais. Mas sobre isso, falamos no próximo post!

    Imagens: Arquivo Pessoal, sem tratamento

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    Mauruuru…

    É assim que todo tahitiano te recebe, ou te cumprimenta, a qualquer momento do dia ou da noite. Bem humorado, falando baixinho e cantado de uma maneira toda diferente, e principalmente com aquela pinta de quem está de bem com a vida. Pudera. Viver naquele paraíso só pode mesmo deixar todo nativo feliz da vida. Triste é sair de lá, e isso nós já sabíamos assim que colocamos os pés na primeira ilha.

    Logo na chegada ao espartano mas funcional aeroporto do Tahiti, a esperada recepção com música e cantorias típicas ao vivo, colar de flores (o de conchas é na saída de cada ilha), e uma comitiva de agentes de turismo recebendo seus hóspedes. Papeete é pequena, claro, mas das ilhas polinésias, é a maior e a única com um jeitão de cidade. Do aeroporto de Fa’a para a região dos hotéis não se passa pelo centro, então não é possível ter ideia da capital do Tahiti, muito menos sentir o clima da cidade. É noite, a viagem é bem longa, mas o cansaço não vence a sensação de ansiedade por ver aquele mar verde e seus bungalows. Mas não em Papeete. No hotel de Papeete não tem bungalow ainda, mas já estão em construção. Mas o mar, aquele, verde esmeralda, esse tem sim!

    Rapidamente chegamos no Manava Suite, o primeiro da rede Pearl que elegemos. É novo, mas é um hotel de verdade, sabe? Porque quando você compra um pacote pra Polinésia, você não quer hotéis normais. O Manava é um hotel de passagem, porque você chega tarde, dorme, acorda cedo e voa para o paraíso de verdade. Mesmo assim, o Manava tem seus atrativos. A piscina com borda infinita quase se confunde com o mar e um pequeno deck traz a praia pra dentro do hotel, mas não tem areia ligada ao mar. Só na piscina. Mar mesmo, não rola de encarar, só na pequena baia, com seu coral e alguns peixes. O café americano é de sair pesado, como em toda a rede, e o tempo assustava um pouco. Emburrado, nublado, chegou a pingar, mas depois abriu. Ainda não tinha acostumado com a idéia de que todo dia chove um pouco.

    Já era sabido que compras na Polinésia não são um bom negócio, salvo pérolas negras e algumas lembranças típicas, além dos licores e tal. Papeete é a melhor alternativa pra tudo isso. Como os pacotes são todos parecidos, todos dormem a primeira noite em Papeete, mas no último suspiro do pacote, na volta, tem um day use por ali. Esse é o momento das compras, para não carregar tudo pelas ilhas, até porque, a limitação de 20 Kg por pessoa é justamente nos aviões entre as ilhas. Na volta, pode abusar do peso. Não saber como é o comércio em Papeete fez falta na nossa odisseia ao paraíso. É difícil de saber, através de pesquisas, como funciona essa parte da viagem. Então, pra quem ainda não foi, aqui vão as dicas!

    O centro de Papeete é bem movimentado, as ruas são bonitas, e algumas até bem cuidadas. Mas logo do lado, você dá de cara com uma sujeira de centro de cidade grande. E lá é pequeno. Não fiz, e não creio que valha a pena sair correndo fazer turismo em Papeete. Comprar passeio e tal. O paraíso já foi visto a essa altura, então, em Papeete, meu conselho é focar nas pérolas e lembranças. As pérolas negras estão em toda parte, até em camelôs. E tem de todo preço, mesmo. 50 dólares fazem uma boa pérola negra, mas esse número chega fácil a 200 ou 300 euros. Cada uma. Depende da classe, forma, tamanho, defeitos… É tanto fator que o melhor é ir mesmo pela sensação. Procure as lojas que vendem a granel. Se você quer um colar, escolha a granel, e mande fazer. Em meia horinha está pronto seu colar, e pode sair muito em conta. Mesmo. Quando entra ouro na história, o preço sobe, claro. Não vamos esquecer que tudo lá é mais caro, fora as pérolas. Compre a granel, é a melhor compra. Tem as boas pra pingentes, pra colares, pra brincos, cada uma com sua característica. Uma loja super conhecida é a Tahiti Pearl Market. Achei cara. Boas compras saíram na Vaimiti Perles, bem pertinho do mercado público de Papeete.

    Outras lembranças, no mercado público de Papeete. Lá tem tudo que você encontra nas ilhas todas, só que bem mais barato. Licores, especiarias, artesanatos, acessórios de praia típicos e pra turistas, e tudo a bom preço. Sim, ali é bom de comprar. É um lugar exótico, as bugigangas locais são obrigatórias! Podem deixar pra comprar tudo no mercado, sem medo de ser feliz. 3 horas são suficientes pra tudo isso. Mas fique esperto com o taxi ou transfer. Custam caro, muito caro. Até tentei usar o transporte público, seduzido pelo meu espírito mochileiro de araque, mas não deu. É confuso, bagunçado, e você sempre é um ET no meio fora da rota do turismo em Papeete. Mas problema de segurança? Não vi nenhum na viagem toda. Nem cheiro. Tem um pequeno shopping no centro, lá se pode comer o convencional, mas é caro de fazer compras. Não esqueça de levar algumas cédulas da moeda tahitiana de lembrança pra casa. São lindas demais.

    Sempre me pedem dos custos básicos, dessa viagem, então, vamos lá: 1.000 francos polinésios valem em torno de 25 reais. Um bom jantar sai em torno de 10 ou 12 mil francos, sem vinhos, claro. Os passeios partem de 4 mil, mas na média custam 10 mil, e alguns saem completamente da curva, chegando a 30 ou 50 mil. Tem de tudo. Até helicóptero e submarino. Book fotográfico com programa romântico e tal. Escolha o seu. Pra quem gosta de ter uma ideia de valores, uma água pequena no hotel vai de 300 a 400 francos, e no mercado custa 100. Com 1.000 a 2.000 francos você compra os lanches necessários para não depender do bar do hotel pra tudo. Depender do hotel pra tudo é roubada. Comprar o pacote com meia pensão, e fazer um mercado na chegada de cada ilha, resolve a questão sem traumas. Todos fazem mercadinho. E todos que sabem como é, compram meia pensão. Lá no post de Bora Bora explico melhor.

    Agora, voltando ao primeiro dia em Papeete, aquele ainda sem saber de quase nada, a sensação de finalmente chegar na Polinésia é ótima, mesmo sabendo que é uma parada transitória e obrigatória. O clima já é bem diferente, mas a expectativa pra chegar logo aos super resorts polinésios vai aumentando a cada minuto. E quando você pega o minúsculo avião de meia dúzia de passageiros, e 10 minutos de vôo que leva a Moorea, aí sim, você começa a sentir o cima do paraíso, de fato. Mas aí, já é outra história…

    Imagens: Arquivo Pessoal, sem tratamento

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